São Paulo, terça-feira, 06 de agosto de 2002

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IRAQUE

Convidado é o Congresso dos EUA

Bagdá faz 2º convite para inspeção de armas

DA REDAÇÃO

O Iraque convidou congressistas dos EUA para visitar o país e ir aos locais em que o Ocidente suspeita haver armas de destruição em massa escondidas. Essa é a segunda oferta que Bagdá faz em menos de uma semana para abrir o seu sistema de armas a uma inspeção internacional.
Semana passada, o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, convidou o inspetor-chefe de armas da ONU para ir ao país para discutir questões técnicas. O convite aos congressistas americanos foi feito pelo deputado iraquiano Sadoun Hammadi.
A carta de quatro páginas de Hammadi foi entregue aos presidentes da Câmara e do Senado.
As duas propostas iraquianas foram mal recebidas por Washington, que acusa o Iraque de ainda estar desenvolvendo armas de destruição em massa. O presidente dos EUA, George W. Bush, advertiu Bagdá que cumprisse as resoluções da ONU em relação à inspeção internacional de armas ou enfrentasse as consequências.
Bush defende o fim do regime do ditador iraquiano, Saddam Hussein. O presidente americano diz que, inclusive, poderia lançar mão de uma ação militar unilateral para alcançar esse objetivo.
"Pensaremos sobre o assunto até estarmos seguros de que nossa política é a correta. Mas a história nos chama à ação para defender a liberdade", disse o presidente.
"Não há necessidade de discussão. O necessário é que o regime de Bagdá cumpra o compromisso de desarmamento", reforçou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Sean McCormack.
"O Iraque tem de acabar com suas táticas de retardamento. Se não tem nada a esconder, deve começar a cumprir as resolução do Conselho de Segurança da ONU", disse o senador democrata Joseph Biden, que preside o Comitê de Relações Exteriores do Senado.
Porém o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que Hans Blix, o inspetor-chefe de armas da organização, poderia aceitar o convite. "Temos condições muito claras. Se o Iraque quiser honrá-las, eu acho que a aceitação do convite pode ser considerada."
Annan disse ainda que pediria ao Iraque que detalhasse o convite, indicando que espera de Bagdá uma demonstração de boa vontade. "Se o Iraque está aberto à idéia [do retorno da inspeção", há como enviar logo os inspetores."
Os inspetores de armas da ONU deixaram o Iraque no final de 1998, reclamando da falta de colaboração das autoridades do país. Uma resolução do Conselho de Segurança diz que as sanções impostas ao Iraque há mais de dez anos só podem ser suspensas se Bagdá aceitar a volta da inspeção.
Cerca de 10 mil iraquianos fizeram um protesto diante da sede do partido governista Baath, em Bagdá. Os manifestantes queimaram bandeiras dos EUA e reclamaram das ameaças americanas.


Com agências internacionais


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