São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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ELEIÇÃO NOS EUA

Bruce Springsteen e R.E.M., entre outros, farão shows em nove Estados pedindo votos para o democrata

Artistas anunciam megaturnê pró-Kerry

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Mais de uma dúzia de artistas liderados pelo cantor Bruce Springsteen vão pedir votos e dinheiro para o democrata John Kerry, candidato a presidente dos EUA. Eles farão uma turnê que percorrerá os nove territórios mais disputados da eleição presidencial. São os chamados "swing States", Estados que concentram a maioria dos eleitores indecisos.
Na semana em que a chapa democrata teve frustrada a expectativa de melhora nas pesquisas, como resultado da convenção do partido, o apoio de ídolos da música pop vem se somar a outras manifestações a favor de Kerry.
No lado financeiro, dinheiro do Partido Democrata e de duas organizações de esquerda, The Media Fund e New Democratic Network, começou a chegar nesta semana à campanha de Kerry, com anúncios em dezenas de Estados.
Como reforço político, o candidato recebeu adesão de cerca de 200 grandes empresários para tentar igualar o forte "apelo corporativo" da campanha de seu adversário, George W. Bush.
A inesperada caravana de artistas "Vote for Change" (vote para mudar) começará em outubro e terá ainda o cantor James Taylor e os grupos R.E.M., Pearl Jam e Dixie Chicks, entre outros, que percorrerão 34 cidades.
O dinheiro dos ingressos será usado em anúncios pró-Kerry, segundo a MoveOn.org, que organiza os shows. No ano passado, Springsteen sozinho gerou cerca de US$ 39 milhões com apenas dez shows em Nova Jersey.
Depois de 25 anos afastado de envolvimento partidário, o cantor explicou em artigo publicado ontem no "New York Times" as razões que o levaram a entrar na campanha de Kerry.
"Com meu trabalho, sempre procurei fazer as perguntas duras. Não creio que John Kerry e [seu vice] John Edwards tenham todas as respostas. Mas eles entendem que precisamos de um governo que dê prioridade à justiça, à curiosidade, à abertura, à humildade e à coragem", escreveu, criticando ainda a Guerra do Iraque.
Há 20 anos, Springsteen proibiu o então candidato Ronald Reagan de usar sua música mais famosa, "Born in the USA", como tema de campanha política.
Na semana passada, em Boston, Kerry entrou no palco da Convenção Nacional Democrata ao som de outro sucesso do cantor, "No Surrender".
Outras organizações de esquerda também têm ajudado Kerry arrecadando e gastando mais de US$ 7 milhões em anúncios em 20 Estados só nesta semana.
Como Kerry aceitou usar fundos públicos em sua campanha, ele terá agora um teto de gastos de US$ 75 milhões até a eleição. Bush terá o mesmo limite a partir da sua nomeação oficial como candidato, no início de setembro.
Até lá, as organizações paralelas vão pagar pelos anúncios de Kerry para que ele possa economizar recursos para a reta final da disputa. A eleição presidencial acontece no dia 2 de novembro.
Aos poucos a campanha americana ganha as ruas e, na grande maioria das demonstrações, cartazes e camisetas, é Kerry o beneficiário. Nas pesquisas o democrata ainda não decolou. Está virtualmente empatado com Bush.


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