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ELEIÇÃO NOS EUA
Bruce Springsteen e R.E.M., entre outros, farão shows em nove Estados pedindo votos para o democrata
Artistas anunciam megaturnê pró-Kerry
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Mais de uma dúzia de artistas liderados pelo cantor Bruce
Springsteen vão pedir votos e dinheiro para o democrata John
Kerry, candidato a presidente dos
EUA. Eles farão uma turnê que
percorrerá os nove territórios
mais disputados da eleição presidencial. São os chamados "swing
States", Estados que concentram
a maioria dos eleitores indecisos.
Na semana em que a chapa democrata teve frustrada a expectativa de melhora nas pesquisas, como resultado da convenção do
partido, o apoio de ídolos da música pop vem se somar a outras
manifestações a favor de Kerry.
No lado financeiro, dinheiro do
Partido Democrata e de duas organizações de esquerda, The Media Fund e New Democratic Network, começou a chegar nesta semana à campanha de Kerry, com
anúncios em dezenas de Estados.
Como reforço político, o candidato recebeu adesão de cerca de
200 grandes empresários para
tentar igualar o forte "apelo corporativo" da campanha de seu
adversário, George W. Bush.
A inesperada caravana de artistas "Vote for Change" (vote para
mudar) começará em outubro e
terá ainda o cantor James Taylor e
os grupos R.E.M., Pearl Jam e Dixie Chicks, entre outros, que percorrerão 34 cidades.
O dinheiro dos ingressos será
usado em anúncios pró-Kerry, segundo a MoveOn.org, que organiza os shows. No ano passado,
Springsteen sozinho gerou cerca
de US$ 39 milhões com apenas
dez shows em Nova Jersey.
Depois de 25 anos afastado de
envolvimento partidário, o cantor
explicou em artigo publicado ontem no "New York Times" as razões que o levaram a entrar na
campanha de Kerry.
"Com meu trabalho, sempre
procurei fazer as perguntas duras.
Não creio que John Kerry e [seu
vice] John Edwards tenham todas
as respostas. Mas eles entendem
que precisamos de um governo
que dê prioridade à justiça, à curiosidade, à abertura, à humildade e à coragem", escreveu, criticando ainda a Guerra do Iraque.
Há 20 anos, Springsteen proibiu
o então candidato Ronald Reagan
de usar sua música mais famosa,
"Born in the USA", como tema de
campanha política.
Na semana passada, em Boston,
Kerry entrou no palco da Convenção Nacional Democrata ao
som de outro sucesso do cantor,
"No Surrender".
Outras organizações de esquerda também têm ajudado Kerry arrecadando e gastando mais de
US$ 7 milhões em anúncios em 20
Estados só nesta semana.
Como Kerry aceitou usar fundos públicos em sua campanha,
ele terá agora um teto de gastos de
US$ 75 milhões até a eleição. Bush
terá o mesmo limite a partir da
sua nomeação oficial como candidato, no início de setembro.
Até lá, as organizações paralelas
vão pagar pelos anúncios de
Kerry para que ele possa economizar recursos para a reta final da
disputa. A eleição presidencial
acontece no dia 2 de novembro.
Aos poucos a campanha americana ganha as ruas e, na grande
maioria das demonstrações, cartazes e camisetas, é Kerry o beneficiário. Nas pesquisas o democrata ainda não decolou. Está virtualmente empatado com Bush.
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