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ORIENTE MÉDIO
Incidente de Nablus pode enfraquecer ainda mais Abu Mazen
Israel implode prédio em caça a líder do Hamas
DA REDAÇÃO
Agentes especiais israelenses
implodiram ontem um prédio de
sete andares, em Nablus, durante
ação na cidade da Cisjordânia
ocupada para prender um dirigente do grupo terrorista palestino Hamas que se refugiara no poço do elevador.
Como desdobramento político,
a violenta ação israelense poderá
comprometer a sobrevivência do
governo do premiê palestino, o
moderado Mahmoud Abbas,
mais conhecido como Abu Mazen. Um israelense também foi
morto e quatro outros ficaram feridos na ação.
O terrorista do Hamas que morreu sob os escombros tinha 27
anos e se chamava Mohammad
Al Hanbali. As 28 famílias moradoras no edifício foram avisadas
pelos militares a deixarem o prédio rapidamente. Elas perderam
seus pertences e ficaram desabrigadas. Um porta-voz de Israel reconheceu que a ação fez vítimas
inocentes, mas disse que o país
precisa combater o Hamas, responsável por dezenas de atentados contra civis israelenses.
Os Estados Unidos criticaram a
operação por meio de Richard
Boucher, porta-voz do Departamento de Estado.
O espetáculo da implosão do
prédio deverá municiar adversários dos esforços de Mazen de implantar o plano de paz apoiado
pelos EUA e de persuadir o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, a ceder o
controle das forças de segurança.
Segundo o Exército israelense,
um de seus comandos penetrou
no prédio para prender Hanbali,
que abriu fogo a partir de um poço de elevador no qual estava escondido. Israel afirma que ele era
o comandante militar do Hamas
no norte da Cisjordânia e fora responsável por dezenas de mortes
de civis israelenses.
O governo Mazen está sendo
avaliado pelo Parlamento palestino, que pode votar uma moção de
desconfiança de seu governo na
próxima semana.
Mazen e Arafat estão em conflito aberto. O presidente da ANP,
descartado da condição de interlocutor por americanos e israelenses, procura reconquistar seu
antigo espaço político por meio
do enfraquecimento ou da queda
de Mazen.
Já Mazen, com pouco apoio entre os palestinos, ficou ainda mais
enfraquecido com o fim da trégua
anunciada pelos grupos terroristas palestinos, em 29 de junho.
Após pequenos atos violentos das
duas partes, a trégua ruiu após
atentado suicida do Hamas em Jerusalém, em 19 de agosto, que matou 22 israelenses. Desde então,
Israel fez ataques de helicóptero
em Gaza que mataram 11 membros do Hamas. Acuado, o grupo
terrorista já se diz disposto a negociar nova trégua em negociações no Egito, país que intermediou o primeiro cessar-fogo.
Na Itália, onde os 15 chanceleres
da União Européia estavam ontem informalmente reunidos, o
chefe da diplomacia do Reino
Unido, Jack Straw, disse haver a
partir de agora um consenso europeu para classificar o braço político do Hamas como terrorista.
Só o braço armado do grupo é
classificado assim hoje.
Em Gaza, cerca de 2.000 pessoas
saíram às ruas para apoiar o Hamas e para exigir retaliação contra
os mísseis que Israel tem lançado
de helicóptero contra o grupo.
Com agências internacionais
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