São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Elite e jovens promovem atos contra governo

DA REDAÇÃO

Em praticamente todos os episódios violentos na Bolívia envolvendo forças anti-Evo Morales estão presentes dois grupos: os chamados Comitês Cívicos regionais e, mais recentemente, associações radicais de jovens.
Os comitês reúnem a elite política e empresarial nos departamentos, e tem considerável capacidade de mobilização da população -seja porque abraçam causas populares, como a autonomia administrativa, seja porque têm força para impor locautes nas capitais. Os comitês também se replicam em escala menor, como províncias e cidades.
As entidades rivalizam em poder com os governadores, que só passaram a ser eleitos na Bolívia em 2005 -alguns comitês datam da década de 50. O que os une é a oposição ao projeto político de Morales, que prega maior intervenção do Estado, redistribuição de renda e de terras.
Facções radicais desses comitês têm sido responsáveis, por exemplo, pelas ocupações de aeroportos que impediram aterrissagens do presidente recentemente.
O comitês recebem o apoio dos governadores oposicionistas, ora explícito, ora tácito (quando se trata de episódios mais dramáticos). No caso da ameaça de cortar o gás, os governadores limitaram-se a dizer que "não se responsabilizam" se algo interromper o abastecimento.
Agem junto com os comitês sua versão jovem. A mais famosa é a União Juvenil Cruzenha, do rico departamento de Santa Cruz, que fez reiteradas ameaças diretas a Morales. Analistas duvidam que tenham armas, mas, questionados pela Folha no ano passado, integrantes diziam que "gostavam de caçar" e que armas eram artigo fácil na região.
A UJC, cuja retórica tem fortes tons racistas contra a maioria indígena, serviu de modelo para a criação de similares nos outros departamentos opositores.
(FM)



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