São Paulo, segunda-feira, 06 de setembro de 2010

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Buzinas e choro marcam 1 mês de acidente em mina no Chile

Trabalhadores estão irritados e cansados, segundo familiares

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Parentes dos 33 mineiros presos na mina San José em Copiapó, norte do Chile, tocaram buzinas, cantaram e choraram exatamente às 13h45 locais (14h45 em Brasília) de ontem, ao completar-se um mês do acidente que os deixou presos a 700 metros de profundidade.
Com o ministro da Mineração, Laurence Golborne, eles hastearam em uma colina próxima à mina 32 bandeiras chilenas e uma boliviana -representando a nacionalidade de cada um deles.
Os mineiros estão presos desde 5 de agosto, quando um desabamento na rampa principal da mina os impediu de sair. Somente 17 dias depois foi possível estabelecer contato, confirmar que estavam vivos e iniciar o resgate.
Familiares relataram que eles já demonstram irritação e cansaço.
"Ele falou cinco segundos comigo, estava irritado. Disse que o governo não está mandando as cartas que nós escrevemos", afirmou Alessandro, irmão do mineiro Víctor Zamora.
Segundo o psicólogo encarregado de acompanhar os mineiros, Alberto Iturra, eles "estão bastante bem para haver passado um mês de confinamento". "São gente muito valiosa", disse.
Iturra explicou o motivo de os mineiros não estarem recebendo todas as cartas escritas por familiares: "Existem problemas de espaço. Isso não é uma agência dos Correios", disse. "Chegaram até nós pacotes de famílias com 40 cartas", completou.
Anteontem, os mineiros puderam conversar com os familiares por meio de videoconferência, graças à instalação de um sistema de fibra ótica que permitiu ver imagens e escutá-los, embora eles não conseguissem ver quem estava na superfície.
Na sexta-feira, a perfuradora que iniciará o plano B de resgate dos 33 mineiros chegou à mina San José. A máquina tinha previsão de começar a trabalhar ainda ontem num poço, com objetivo de agilizar a operação.
A outra broca, que opera desde a semana passada, já havia perfurado, até sexta-feira, 41 metros.
A expectativa é a de que o resgate seja realizado em três a quatro meses.


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