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ARGENTINA
Suspeitos em escândalo ficam Contra crise, De la Rúa muda seus ministros
GUSTAVO CHACRA
DE BUENOS AIRES
A tão esperada mudança no gabinete ministerial do presidente
da Argentina, Fernando de la
Rúa, finalmente ocorreu, após
um mês de especulações. Porém,
ao contrário do previsto, os dois
funcionários suspeitos de envolvimento no escândalo de corrupção no Senado não foram afastados do governo.
O secretário de Inteligência,
Fernando de Santibañes, citado
em denúncias como o responsável pelo pagamento de subornos,
foi mantido no cargo. Alberto Flamarique, que era ministro do Trabalho e foi acusado de negociar os
subornos para a aprovação da reforma trabalhista no Senado, foi
remanejado para a Secretária Geral da Presidência, cargo de status
similar ao anterior.
A decisão de manter os dois políticos no governo frustrou analistas e recebeu fortes críticas de políticos argentinos.
O vice-presidente, Carlos "Chacho" Alvarez, que apoiava o afastamento de integrantes do governo ligados a suspeitas de envolvimento no escândalo do Senado,
não se manifestou sobre as mudanças.
Segundo denúncias, senadores
da oposição e da situação teriam
repartido cerca de US$ 10 milhões
para aprovar a reforma trabalhista, em abril deste ano. Não há, no
entanto, provas concretas de que
houve o suborno.
Para o Ministério do Trabalho
foi designada Patrícia Bullrich,
que se destacou por sua atuação
como secretária de Política Criminal. Segundo a nova ministra, "a
mudança se deveu a um desgaste
de Flamarique no posto de ministro Trabalho, mas não no governo". Jorge de la Rúa, irmão do
presidente, deixou seu cargo de
secretário-geral da Presidência
para assumir o Ministério da Justiça, em substituição a Gil Lavedra.
Outra mudança importante foi
a incorporação do Ministério da
Infra-Estrutura pelo Ministério
da Economia. O ministro da Infra-Estrutura, Nicolas Gallo, foi
afastado, e José Luis Machinea
passou a ser o ministro de Economia, Obras e Infra-Estrutura, novo nome da pasta.
Com a mudança, Machinea já
começou a ser chamado de superministro. Gallo, em seu texto de
renúncia, disse não haver lógica
na eliminação de seu ministério.
O chefe de Gabinete, Rodolfo
Terragno, que renunciou no início do dia, abrindo espaço para as
mudanças, foi substituído por
Christian Colombo.
Reações
O analista político Rosendo Fraga afirmou que as mudanças "não
ajudarão a superar a crise política
e econômica enquanto os funcionários que estão sob suspeita permanecerem no governo".
A deputada Silvia Vázquez, do
partido de De la Rúa, disse: "Ainda não consegui entender o que se
quer com essas mudanças". A legisladora questionou particularmente a fusão de ministérios.
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