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IGREJA
Documento está sendo estudado por setores do Vaticano
Homem de tendência homossexual pode ser proibido de se tornar padre
DA REUTERS
O Vaticano está preparando
um documento que poderia impedir que homens com tendências homossexuais se tornem padres, afirmaram ontem fontes na
Igreja Católica -que preferiram
manter o anonimato.
Se não sofrer alterações, o documento, que ainda está sendo estudado por vários departamentos
do Vaticano, vai exigir que bispos
e diretores de seminários impeçam que homens com tendências
homossexuais ordenem-se.
Escândalos envolvendo padres
acusados de pedofilia neste ano
abriram o debate sobre muitos aspectos da sexualidade dos padres,
como o celibato. A maior parte
das acusações de abusos era relativa a atos homossexuais.
Segundo os ensinamentos tradicionais da Igreja, não é pecado
ser gay, mas realizar atos homossexuais, que o Catecismo da Igreja
Católica afirma serem "intrinsecamente desordenados", sim.
Controvérsia
Para alguns membros da igreja,
a orientação homossexual não
deveria ser impedimento para o
recebimento do sacramento da
ordem, e sim a falta de vocação.
O reverendo Thomas Reese,
editor da revista semanal jesuíta
americana "America", afirmou
em um editorial a ser publicado
na próxima edição da revista que
a Igreja Católica deveria assegurar
que apenas homens psicologicamente saudáveis fossem ordenados, tenham eles inclinações heterossexuais ou homossexuais.
"Homens gays saudáveis e dedicados servindo como padres fazem uma importante contribuição à vida da igreja", disse Reese.
"O ônus da prova, portanto, recai
sobre aqueles que buscam impedir essas ordenações no futuro."
Outros, contudo, dizem que, já
que a Igreja ensina que a inclinação homossexual é uma "desordem", é uma contradição deixar
que homossexuais se tornem padres. Eles afirmam ainda que o
ambiente majoritariamente masculino em que padres têm de viver
representa um desafio maior ao
celibato de homossexuais do que
ao de heterossexuais.
Na mesma edição da revista, o
padre Andrew Baker, membro da
Congregação de Bispos do Vaticano, escreveu que tendências homossexuais são "aberrações" e
que diretores de seminários deveriam impedir a entrada de homens que suspeitem ser gays.
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