São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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TERROR

Iraque, Coréia do Norte, Rússia e França teriam amostras

Quatro países estocam vírus da varíola em segredo, dizem EUA

DA ASSOCIATED PRESS

Os serviços de inteligência americanos crêem que, além dos EUA, quatro países -Iraque, Coréia do Norte, Rússia e França- possuam estoques do vírus da varíola, afirmou ontem um funcionário do governo americano.
Acredita-se que a Al Qaeda tenha tentado adquirir amostras do vírus para usar como arma, mas autoridades dos EUA não acham que a rede terrorista seja capaz de realizar um ataque com o agente.
O governo dos EUA tem conhecimento desde o início dos anos 90 sobre armas biológicas feitas com o vírus da varíola na era soviética e coletaram indícios sobre programas em outros lugares.
Mas o jornal "The Washington Post" afirmou ontem que relatórios mais detalhados com novas informações têm circulado secretamente entre autoridades americanas recentemente. A informação foi confirmada pelo funcionário do governo dos EUA, que pediu para permanecer anônimo.
O governo americano teme que o Iraque e a Coréia do Norte desenvolvam armas biológicas potentes com suas amostras, que crê existir em pequena quantidade.
Oficialmente, só dois laboratórios altamente vigiados possuem culturas do vírus: um em Atlanta e outro em Koltsovo (Sibéria). Os EUA temem que a Rússia tenha um estoque muito maior do que admite e que o baixo nível de segurança no país permita que outras nações obtenham amostras.
Acredita-se que a França use suas amostras para fins defensivos, em pesquisas para achar meios de limitar o número de mortes caso haja um surto de varíola, afirmou o funcionário.
Temores de que a varíola, declarada erradicada em 1980, volte a ser uma ameaça levaram o governo dos EUA a considerar vacinações em massa obrigatórias contra a doença. O governo teme, porém, que centenas de pessoas adquiram a doença pela vacinação.
Vacinações rotineiras contra a varíola pararam de ocorrer nos EUA em 1972, e especialistas crêem que pessoas vacinadas há 30 anos ou mais tenham baixa imunidade. No Brasil, a vacinação contra a doença deixou de ser obrigatória em 1980.
A forma mais grave de varíola matava um terço de suas vítimas. A doença pode ser transmitida de pessoa a pessoa, diferentemente de outras usadas como armas biológicas, como o antraz.


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