São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

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Após fim da era Bush, Oriente Médio e Ásia Central fazem alertas a Washington

DA REDAÇÃO

A eleição de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos foi alvo de advertências em boa parte do Oriente Médio e da Ásia Central, regiões que concentram os maiores fracassos da política externa americana nos últimos anos.
O alerta mais duro partiu do Taleban, milícia afegã tirada do poder pelos EUA há sete anos mas que hoje domina áreas inteiras do país. O grupo exigiu do presidente eleito que retire as tropas estrangeiras do Afeganistão e afirmou que o reforço de contingente prometido na campanha selará a "a destruição de Obama".
Aliado da Casa Branca, o governo de Cabul também está insatisfeito com a presença das forças estrangeiras, que cometeram vários massacres de civis. O presidente Hamid Karzai cobrou "mudanças" na estratégia para o Afeganistão.
Outra advertência foi feita pelo governo iraquiano. O chanceler Hoshyar Zebari advertiu para o risco de uma retirada brusca dos militares americanos do Iraque, que comprometeria a melhora da segurança após cinco anos de guerra.
Bagdá e Washington vêm negociando um acordo que determina a retirada das tropas americanas até 2012 -Obama defende uma saída mais rápida, em no máximo um ano e meio.
Inimigo declarado do governo Bush, o Irã prometeu "revidar com o dobro da força" a um eventual ataque dos EUA lançada a partir do Iraque, a exemplo do recente bombardeio americano contra alvos na Síria. Mas Teerã insistiu em que a sucessão nos EUA abre caminho para uma reaproximação.
A expectativa de mudanças positivas prevalece ainda em alguns países árabes. O Egito, um aliado, disse esperar que Obama "ajude a trazer uma paz justa e permanente", e a Síria, que mantém relações tensas com Bush, usou a mídia oficial para expressar sua esperança de ver uma nova diplomacia americana no Oriente Médio.
Até mesmo o grupo egípcio radical Irmandade Muçulmana, que inspirou a criação da Al Qaeda, parabenizou e elogiou o recém-eleito presidente.
Israelenses e palestinos pediram a Obama que continue mediando os esforços de paz.


Com agências internacionais


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