São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

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Na China, TV e telões ignoram a definição da disputa americana

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

Na China, só um canal de notícias entre os 15 canais da estatal CCTV cobriu o discurso da vitória de Obama ao vivo. Nos canais de maior audiência, a programação era a normal para uma quarta-feira de manhã, com reprises de novelas e musicais de época.
Com exceção de um punhado de cafés e restaurantes freqüentados por estrangeiros, telões em locais públicos de Pequim não mostravam o resultado da corrida pela Casa Branca.
Cientistas políticos concordam que a eleição não despertou muito interesse na China, mas alguns vêem a "normalidade" como positiva. "Há um consenso nos EUA em como tratar a China e nesta campanha nem se usaram muitos ataques ao país", diz o analista de relações internacionais Yang Hengjun.
"De Nixon a Bush, a política americana em relação a China foi bem consistente. Mais conversas de alto nível serão necessárias com Obama, pois o futuro depende muito da cooperação dos dois países", diz Zhou Qi, da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
O presidente, Hu Jintao, e o primeiro-ministro, Wen Jiabao, enviaram mensagens de felicitações ao eleito. Hu falou em "feito histórico".
As áreas de conflito na relação bilateral -direitos humanos, Taiwan, desvantagens na balança comercial, meio ambiente, a pouca transparência chinesa na divulgação de seus gastos militares- ficarão em segundo plano no governo Obama, graças à crise econômica, sugerem os especialistas.
"Pequim tem cooperado por não de desfazer de seus títulos do Tesouro americano", diz o professor Qi Zike, da Escola de Economia da Universidade de Pequim. A China possui US$ 550 bilhões em títulos do Tesouro americano.


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