São Paulo, sexta-feira, 06 de dezembro de 2002

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Gigante estatal é fiel da balança na greve

DA REDAÇÃO

A grande queda de braço entre o governo venezuelano e a oposição em relação à paralisação tem na gigante estatal petrolífera PDVSA (Petroleos de Venezuela S.A.) o seu fiel da balança. A Venezuela, membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), é o quinto maior exportador mundial do produto.
Segunda maior empresa petrolífera do mundo -atrás somente da saudita Aramco-, a PDVSA é a maior companhia venezuelana e responde sozinha por 80% das receitas do país com exportações.
Com seus 40 mil empregados -a Petrobras tem pouco mais de 30 mil-, a empresa produz mais de US$ 20 bilhões anuais, o equivalente a cerca de um terço do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
Os empregados da PDVSA são considerados na Venezuela os mais bem preparados e mais bem pagos do país. Gerentes e diretores são recrutados entre os melhores profissionais venezuelanos, muitos deles com diplomas das mais bem conceituadas universidades americanas. Os empregos na estatal são considerados praticamente vitalícios.
O presidente Hugo Chávez declarou certa vez que a empresa é "um Estado dentro do Estado", por sua grandiosidade e poder. Sob o argumento de que a PDVSA cresceu demais e desordenadamente, ele começou a promover mudanças em sua estrutura e em seus principais postos. Em quatro anos, a companhia já teve quatro presidentes diferentes.
Chávez abandonou o plano traçado nos anos 1990 para aumentar a produção venezuelana de petróleo de 3,3 milhões de barris ao dia, em 1997, para 6 milhões, em 2006, e aderiu com vigor às quotas de produção impostas pela Opep. As quotas, que visavam pressionar para cima o preço do petróleo no mercado internacional, não tiveram o resultado esperado, e a consequência foi uma retração econômica no país.
Em abril, nomeações do governo para cargos executivos na empresa geraram a crise que levou à segunda das quatro greves gerais enfrentadas pelo presidente Chávez no último ano e à megamanifestação que terminou com o golpe frustrado que o tirou do poder entre os dias 11 e 13 de abril.
(RW)


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