|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA fazem plano para ocupar o
Iraque depois da queda do ditador
DA REDAÇÃO
O governo do presidente George W. Bush está concebendo um
plano que prevê uma grande presença militar americana no Iraque após a possível queda do ditador Saddam Hussein e o uso da
receita obtida com a venda de petróleo para alimentar a população
iraquiana, de acordo com autoridades americanas.
O plano pode ser o maior esforço de administração de um país
estrangeiro desde a ocupação do
Japão e a da Alemanha (ocorridas
após a Segunda Guerra Mundial),
segundo as mesmas fontes.
Os EUA continuam a intensificar sua presença militar e o treinamento de seus soldados na região
do golfo Pérsico, preparando-se
para uma eventual guerra contra
o Iraque. Isso ocorrerá se Saddam
não colaborar totalmente com os
inspetores da ONU que estão no
país para investigar as supostas
armas de destruição em massa
iraquianas. Eles estão no Iraque
por conta da insistência dos EUA
e da aprovação da ONU.
Autoridades americanas -que
não quiseram identificar-se-
disseram que alguns conselheiros
do governo já tinham concebido
um rascunho do plano sobre a
ocupação do Iraque. Ele incluiria
ajuda econômica, assistência humanitária e envio de alimentos ao
país, além da reconstrução dos locais destruídos durante uma
eventual ofensiva militar.
Segundo essas fontes, o rascunho do plano não estabelece uma
duração específica para a presença de soldados dos EUA e de "nações aliadas" no Iraque, dizendo
apenas que eles ficarão no país até
que a situação se torne "estável".
Washington planeja tomar rapidamente o controle dos campos
de petróleo iraquianos que forem
invadidos, podendo até aumentar
a produção de petróleo do Iraque
acima dos limites previstos nos
acordos do país com a ONU
-para garantir que não haverá
penúria de alimentos.
Um dos principais objetivos dos
militares americanos será proteger os campos de petróleo, visto
que, em 1991, ao final da Guerra
do Golfo, os iraquianos atearam
fogo ao produto em vários locais
antes de deixar o Kuait.
Atualmente, a administração
americana examina as leis internacionais para saber se seria possível aumentar a produção de petróleo do Iraque acima dos limites
estabelecidos pela ONU.
Desde o final da Guerra do Golfo, a produção de petróleo iraquiana vem sendo monitorada
internacionalmente, e o produto é
trocado por alimentos.
Segundo o rascunho do plano,
um administrador civil -provavelmente indicado pela ONU-
seria responsável pela reestruturação da economia iraquiana, pela reconstrução das escolas, pela
reforma institucional e pela gestão dos programas de ajuda.
Colocando um civil no posto,
Washington espera abrandar as
preocupações dos países árabes.
Estes não querem que haja uma
autoridade militar estrangeira
máxima no Iraque, como foi o general Douglas MacArthur no Japão do pós-guerra.
Algumas autoridades iraquianas poderiam até permanecer no
poder, mas altos funcionários seriam retirados de seus postos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque: Saddam acusa inspetores de espionagem Próximo Texto: Natal ortodoxo Índice
|