São Paulo, terça-feira, 07 de janeiro de 2003

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EUA fazem plano para ocupar o Iraque depois da queda do ditador

DA REDAÇÃO

O governo do presidente George W. Bush está concebendo um plano que prevê uma grande presença militar americana no Iraque após a possível queda do ditador Saddam Hussein e o uso da receita obtida com a venda de petróleo para alimentar a população iraquiana, de acordo com autoridades americanas.
O plano pode ser o maior esforço de administração de um país estrangeiro desde a ocupação do Japão e a da Alemanha (ocorridas após a Segunda Guerra Mundial), segundo as mesmas fontes.
Os EUA continuam a intensificar sua presença militar e o treinamento de seus soldados na região do golfo Pérsico, preparando-se para uma eventual guerra contra o Iraque. Isso ocorrerá se Saddam não colaborar totalmente com os inspetores da ONU que estão no país para investigar as supostas armas de destruição em massa iraquianas. Eles estão no Iraque por conta da insistência dos EUA e da aprovação da ONU.
Autoridades americanas -que não quiseram identificar-se- disseram que alguns conselheiros do governo já tinham concebido um rascunho do plano sobre a ocupação do Iraque. Ele incluiria ajuda econômica, assistência humanitária e envio de alimentos ao país, além da reconstrução dos locais destruídos durante uma eventual ofensiva militar.
Segundo essas fontes, o rascunho do plano não estabelece uma duração específica para a presença de soldados dos EUA e de "nações aliadas" no Iraque, dizendo apenas que eles ficarão no país até que a situação se torne "estável".
Washington planeja tomar rapidamente o controle dos campos de petróleo iraquianos que forem invadidos, podendo até aumentar a produção de petróleo do Iraque acima dos limites previstos nos acordos do país com a ONU -para garantir que não haverá penúria de alimentos.
Um dos principais objetivos dos militares americanos será proteger os campos de petróleo, visto que, em 1991, ao final da Guerra do Golfo, os iraquianos atearam fogo ao produto em vários locais antes de deixar o Kuait.
Atualmente, a administração americana examina as leis internacionais para saber se seria possível aumentar a produção de petróleo do Iraque acima dos limites estabelecidos pela ONU.
Desde o final da Guerra do Golfo, a produção de petróleo iraquiana vem sendo monitorada internacionalmente, e o produto é trocado por alimentos.
Segundo o rascunho do plano, um administrador civil -provavelmente indicado pela ONU- seria responsável pela reestruturação da economia iraquiana, pela reconstrução das escolas, pela reforma institucional e pela gestão dos programas de ajuda.
Colocando um civil no posto, Washington espera abrandar as preocupações dos países árabes. Estes não querem que haja uma autoridade militar estrangeira máxima no Iraque, como foi o general Douglas MacArthur no Japão do pós-guerra.
Algumas autoridades iraquianas poderiam até permanecer no poder, mas altos funcionários seriam retirados de seus postos.


Com agências internacionais


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