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IRAQUE
ONU e Washington negam; agência de energia atômica afirma que nada contra os iraquianos foi achado até agora
Saddam acusa inspetores de espionagem
DA REDAÇÃO
O ditador iraquiano, Saddam
Hussein, acusou os inspetores de
armas da ONU que estão no Iraque de estarem realizando "serviços de espionagem" em vez de
buscar provas da existência de armas de destruição em massa.
Para Saddam, os inspetores estariam a serviço dos EUA, que os
pressionam a fornecer informações de inteligência.
Apesar das acusações, os iraquianos prosseguem cooperando
com as inspeções da ONU.
Os inspetores, de acordo com o
ditador iraquiano, estão anotando os nomes de cientistas iraquianos, fazendo-lhes perguntas que
estão fora das agendas de inspeção e coletando dados sobre armas convencionais que são permitidas pela ONU. As declarações
foram feitas em fita gravada divulgada pela TV iraquiana.
"A totalidade ou a maioria dessas atividades constitui serviço de
inteligência puro", disse Saddam.
O ditador não ofereceu nenhuma
prova específica da espionagem, e
suas acusações foram rejeitadas
pela porta-voz da AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica), Melissa Fleming.
"Nós certamente rejeitamos integralmente todas as acusações de
que estamos a serviço de um governo ou de que estamos fornecendo informações diretamente
para algum governo", disse Fleming, em Viena.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, disse que Washington
também nega as acusações e as
classificou de "lamentáveis".
De acordo com a resolução do
Conselho de Segurança da ONU
aprovada em novembro, os inspetores estão no Iraque para estabelecer se ainda existem armas ou
programas de armamentos químicos, biológicos ou nucleares. O
Iraque nega possuir essas armas,
porém os EUA e o Reino Unido
acusam o país de escondê-las.
O diretor-geral da AIEA, Mohamed El Baradei, disse ontem que
até agora não "foi encontrado nas
inspeções nada que indique que o
Iraque tenha mentido em sua declaração" sobre armas de destruição em massa enviada à ONU em
dezembro.
O ditador iraquiano não deixou
claro se suas acusações de espionagem podem levar o Iraque a
suspender a colaboração com os
inspetores. Caso imponha obstáculos, correrá o risco de ser atacado por uma coalizão militar liderada pelos EUA.
Os inspetores da ONU foram
expulsos do Iraque em 1998 após
serem acusados por Saddam de
estarem espionando.
"O povo e o Exército iraquianos
irão prevalecer porque a Justiça
estará a nosso lado", disse Saddam, ao comentar sobre um
eventual ataque americano. "Estamos em nosso país e sairemos
triunfantes."
Reservistas
A Marinha dos EUA convocou
ontem cerca de 10 mil reservistas
para se prepararem para uma
possível ofensiva militar no Iraque. Um navio-hospital também
foi enviado para o golfo Pérsico.
Já o chanceler britânico, Jack
Straw, disse que uma possível
guerra no Iraque está bem mais
distante do que muitos analistas
têm afirmado e que é possível evitá-la. "As pessoas precisam entender que a guerra não é inevitável",
afirmou o ministro do Reino Unido, principal aliado dos EUA.
Com agências internacionais
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