O ex-presidente peruano Alberto Fujimori gastou, em 1998 e 1999, US$ 3 bilhões oriundos de privatizações. O fim que teve o dinheiro ainda é desconhecido, mas as suspeitas apontam para o financiamento da última campanha eleitoral e outras atividades partidárias, segundo confirmou o ministro da Economia do país, Javier Silva Ruete.
O ministro apóia a revisão de todas as vendas de empresas públicas no governo Fujimori (1990-2000).
A procuradora que investiga a rede de corrupção urdida pelo regime anterior já apresentou vários vídeos em que quatro ex-ministros -Juan Carlos Hurtado Miller (Presidência), Jorge Camet (Economia), Carlos Boloña (Economia) e Luisa María Cuculiza (Mulher)- aparecem em reuniões comprometedoras com o pivô da crise peruana, Vladimiro Montesinos, ex-braço direito de Fujimori e ex-chefe do serviço de espionagem.
Fujimori está no Japão e é alvo de quatro investigações: por uma conta de milhões de dólares em Cingapura; por várias empresas panamenhas do ex-assessor presidencial, das quais teria saído o dinheiro para pagar os estudos dos filhos de Fujimori nos EUA; por tráfico de drogas, segundo as declarações do narcotraficante colombiano Roberto Escobar (irmão de Pablo Escobar), que disse ter doado US$ 1 milhão para campanha eleitoral do ex-presidente; por destinar recursos públicos de publicidade do Estado a veículos de comunicação governistas.
Carlos Ferrero, presidente interino do Congresso, afirmou recentemente que a CIA (serviço secreto dos EUA) está protegendo Montesinos, cujo paradeiro é ignorado desde outubro. "A CIA sabe onde ele está. Não quer apontar seu esconderijo porque não quer que ele diga coisas inconvenientes."
(DO "EL PAÍS")


Texto Anterior: Panorâmica - Justiça: Pivô de caso de corrupção está de volta à França
Próximo Texto: EUA: Preso investe em Wall Street e fica rico
Índice