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Democrata chefia junta sobre armas
DA REDAÇÃO
Um dia após o chefe da CIA
(serviço secreto dos EUA) afirmar
que seus analistas nunca disseram
que a ameaça iraquiana era iminente, pondo em xeque a principal justificativa para a guerra, o
presidente George W. Bush nomeou os membros da comissão
bipartidária que investigará as supostas falhas de inteligência envolvendo a questão.
O grupo terá até 31 de março de
2005 para relatar suas conclusões
-o que afasta o processo do calendário eleitoral americano, que
culmina em novembro próximo.
Apesar das informações extra-oficiais divulgadas na véspera que
apontavam como presidente da
junta o senador republicano John
McCain, a comissão será liderada
pelo senador democrata Charles
Robb e pelo juiz aposentado Laurence Silberman, republicano.
Outros integrantes são Lloyd
Cutler (ex-conselheiro dos presidentes democratas Bill Clinton e
Jimmy Carter), Richard Levin
(reitor da Universidade Yale), o
almirante William Studeman (ex-vice-diretor da CIA), o juiz Pat
Wald (ex-membro da corte de
apelações) e outras duas pessoas
que ainda serão nomeadas.
McCain também participará da
junta, que ao todo terá nove
membros, e já deixou clara sua
posição: "O presidente dos EUA,
creio eu, não manipularia nenhum tipo de informação para lucrar politicamente nem por nenhuma outra razão", disse.
Segundo Bush, a comissão deve
"avaliar as habilidades da inteligência americana, especialmente
sobre armas de destruição em
massa". O trabalho deve ir além
da questão iraquiana e investigar
também o papel dos serviços de
informação nos casos do Irã, da
Coréia do Norte e da Líbia.
David Kay -o inspetor que durante sete meses liderou a busca
americana- afirmou que não
acredita que houvesse armas de
destruição em massa em larga escala no Iraque quando o país foi
invadido, em março. O suposto
arsenal proibido iraquiano
-que, para EUA e Reino Unido,
era uma ameaça iminente para a
segurança mundial- foi usado
como a maior justificativa para a
guerra.
"Estamos determinados a descobrir por que [não foram achadas armas]", disse Bush. "Também estamos determinados a assegurar que a inteligência americana seja a mais precisa possível."
Kay atribuiu a conclusão errônea a falhas no serviço de inteligência, posição esta rapidamente
absorvida pela Casa Branca. No
entanto, anteontem, o diretor da
CIA, George Tenet, foi a público
pela primeira vez desde o início
da controvérsia dizer que a agência de informações jamais afirmou que a ameaça iraquiana fosse iminente. A CIA, disse Tenet, limitou-se a ressaltar a intenção do
ex-ditador Saddam Hussein de
desenvolver o arsenal proibido.
O secretário de Estado, Colin
Powell, afirmou que os EUA não
devem desculpas. Já o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse
que o fato deixou "estragos que
vão demorar a ser sanados".
Com agências internacionais
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