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ÁFRICA DO SUL
Para presidente, "discriminação positiva' visa a igualdade
Mandela desafia brancos com
medidas que favorecem negros
das agências internacionais
O presidente da África do Sul,
Nelson Mandela, afirmou ontem
que seguirá o caminho da "discriminação positiva" a favor dos negros para corrigir a desigualdade
racial no país. Disse que dedicará
os últimos dois anos de seu mandato à busca da igualdade econômica entre a maioria negra e a minoria branca.
Mandela discursou na Cidade do
Cabo, na abertura das atividades
parlamentares de 1998. Ressaltou
que é preciso dar oportunidades a
toda a sociedade para conseguir
enterrar a herança do regime segregacionista do apartheid.
"A discriminação positiva é uma
ação para corrigir, e não há outro
caminho para acabar com a discriminação racial", afirmou.
Ele defendeu o projeto de "Legislação sobre Emprego e Igualdade", que favorece grupos raciais
mais pobres através de incentivos
e quotas de emprego.
A tramitação da nova lei trouxe
de volta ao plano político o debate
da questão racial.. O Congresso
Nacional Africano (CNA, partido
de Mandela) vem sendo acusado
de "neo-racismo" pelos partidos
da oposição branca.
"O governo não renunciará à
ação afirmativa (política de favorecimento racial) pela pressão dos
egoístas que defendem seus privilégios enquanto o resto vive na pobreza", disse Mandela.
O primeiro presidente negro do
país retomou ontem o tom áspero
de crítica aos brancos adotado no
final de 1997, durante o pronunciamento de despedida da liderança do CNA.
Na ocasião, a elite econômica
branca contra-atacou, acusando
Mandela de estar incitando conflitos raciais.
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