DA REDAÇÃO

Tropas da Otan, reforçadas por soldados afegãos, lançaram ontem uma grande operação no sul do Afeganistão para tentar recuperar o controle de uma região que se tornou reduto de insurgentes e narcotraficantes.
A Operação Aquiles, que envolve 4.500 soldados da Otan e mil afegãos, foi lançada a pedido do governo do país e tem como foco a Província de Helmand, maior produtora de ópio do mundo.
"A meta é melhorar a segurança nas áreas em que extremistas do Taleban, narcotraficantes e terroristas estrangeiros operam", disse o coronel Tom Collins, porta-voz da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf, na sigla em inglês).
É a maior operação da Otan desde a queda do Taleban, em 2001, embora envolva menos de metade dos soldados que participaram da ofensiva liderada pelos EUA há nove meses na mesma região, com 11 mil homens.
Segundo Collins, embora milhares de soldados americanos, britânicos, canadenses e holandeses estejam voltando à região, a situação agora é "fundamentalmente diferente".
No ano passado, a violência deixou um saldo de 4.000 mortos no país, o maior desde a queda do Taleban.
Num esforço para deter a deterioração da segurança, os EUA aumentaram recentemente para US$ 10,6 bilhões a ajuda ao país centro-asiático e ampliaram sua presença militar em 3.200 soldados. Um terço dos cerca de 40 mil soldados da Otan no país é dos EUA.
O Reino Unido, único aliado que atendeu o pedido americano de seguir o exemplo, decidiu no mês passado enviar mais 1.400 soldados ao país.
Choques com insurgentes são diários em outras partes do Afeganistão, muitos com efeitos trágicos para a população civil. No último domingo, forças americanas mataram 17 civis em dois incidentes separados, nove deles da mesma família.