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Condoleezza quer Brasil como negociador
Secretária americana, que chega ao país no dia 13, pedirá a Brasília que continue tentando reaproximar Quito e Bogotá
Washington, aliado da Colômbia, discorda de que tenha havido violação de soberania no ataque ao território equatoriano
Mauricio Dueñas/France Presse
![](../images/e0703200801.jpg) |
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Estudantes colombianos levam retratos de pessoas assassinadas no conflito civil do país durante a marcha em Bogotá, convocada pelas forças da oposição a Uribe
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
A secretária de Estado dos
EUA, Condoleezza Rice, aproveitará a visita que fará ao Brasil na semana que vem para discutir com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim e a crise da
Colômbia com o Equador e a
Venezuela. A idéia é pedir que o
país assuma um papel de negociador entre as partes.
Os dois países têm posições
conflitantes em pelo menos um
aspecto da questão. O Brasil
concorda com resolução de anteontem da OEA, segundo a
qual o território de um Estado é
inviolável e não pode ser ocupado por outro Estado, seja
qual for o motivo. Já os EUA insistiram nos bastidores das
reuniões da OEA que não acreditam ter havido invasão.
Ainda assim, Washington vê
no governo Lula o mediador
mais indicado para a questão.
Indagado ontem em coletiva
sobre se esse seria o principal
assunto da viagem, o porta-voz
da chancelaria procurou relativizar sua importância na agenda. "Creio que é um assunto
que surgirá, mas eu certamente
não espero que vá dominar a
conversa", disse Tom Casey.
Para a Embaixada do Brasil
nos EUA, também, a agenda é
mais variada. "A visita se insere
no contexto de ampliação do
diálogo político do Brasil com
os EUA e na intensificação da
cooperação econômico-comercial", disse à Folha o embaixador Antonio Patriota. A viagem, que começa na quinta, dia
13, em Brasília e prossegue no
dia seguinte em Salvador estava programada para antes de a
crise sul-americana estourar.
Biocombustíveis
Na pauta oficial do encontro
está a agenda de sempre dos
dois países, encabeçada por
biocombustíveis. Na Bahia, Rice será recebida pelo governador Jacques Wagner e conversará sobre a implantação de
uma agenda conjunta contra a
discriminação racial. Na seqüência, segue para o Chile.
Em evento ontem da Otan
em Bruxelas, a chanceler americana elogiou a via diplomática, mas avisou que os países
precisam estar "alertas" quanto à presença de organizações
terroristas em suas fronteiras.
"Espero que haja uma saída
diplomática para a questão",
afirmou. "A OEA se envolveu,
nós nos envolvemos bilateralmente, os países na região se
envolveram. Mas, é claro, isso
mostra realmente que todos
precisam estar alertas quanto
ao uso das áreas de fronteira
por organizações terroristas
como as Farc", emendou.
À tarde, o porta-voz Tom Casey havia desferido uma estocada no governo venezuelano.
"Nós, como, creio, a maioria
dos países da região, estamos
intrigados com a insistência
por parte da Venezuela em tentar se inserir numa questão que
não lhes diz respeito."
Para Casey, a única preocupação de Caracas deveria ser a
"possibilidade e a probabilidade" de as Farc também terem
usado a Venezuela para operações contra a Colômbia.
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