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FRENTE SUL
Liderança do Partido Baath caiu e quartel-general de fedayin foi destruído, diz Reino Unido
Britânicos chegam ao centro de Basra
DA REDAÇÃO
Forças britânicas entraram ontem em Basra, maior cidade do
sul do Iraque, que estava cercada
há cerca de duas semanas, derrubando a liderança do Partido
Baath e destruindo o quartel-general de uma milícia leal ao ditador Saddam Hussein, disse um
porta-voz do Exército do Reino
Unido. Três soldados britânicos
morreram.
Uma coluna de mais de 40 veículos blindados e tanques entrou
na cidade, de mais de 1,2 milhão
de habitantes. Apesar do aparente
êxito da operação de ontem, as
forças do Reino Unido ainda não
asseguraram o controle total da
cidade, onde há combatentes leais
ao regime escondidos em meio à
população.
O general britânico Peter Wall
disse estar confiante que as forças
britânicas poderiam ir a qualquer
local da cidade, desde que dentro
de um tanque. Mas ainda não seria possível entrar nas ruas estreitas do centro, onde só é possível
caminhar a pé.
A 7ª Brigada Blindada iniciou
um ataque a partir do oeste e chegou ao centro após vários confrontos, que deixaram um número ainda não determinado de
combatentes paramilitares iraquianos mortos.
Al Lockwood, porta-voz das
forças britânicas no golfo Pérsico,
afirmou ontem à tarde que membros da 3ª Brigada Blindada vindos do sul se juntaram à brigada,
conhecida como "Ratos do Deserto", e estavam nas margens da
parte antiga de Basra.
Lockwood disse acreditar que
as forças britânicas estavam na cidade para ficar, encorajadas após
ter encontrado "pouca resistência" em sua incursão. "Creio que
elas não pretendem sair novamente. Creio que agora, quando
tivermos a cidade em nossas
mãos, ficaremos lá", afirmou.
Essa foi a incursão mais profunda que as forças britânicas já fizeram em Basra. Anteriormente, os
militares do Reino Unido realizavam ataques e incursões a partir
de posições na periferia da cidade.
Segundo a TV árabe Al Jazeera,
cerca de 25 tanques e veículos
blindados estavam patrulhando
as ruas da cidade. Pessoas podiam
ser vistas retirando móveis da sede do Partido Baath, de Saddam,
mas não ficou claro se elas eram
integrantes do partido ou se estavam saqueando o edifício. Um
helicóptero e aviões militares sobrevoavam baixo a cidade.
Lockwood disse que a liderança
do Partido Baath em Basra caiu.
O porta-voz da Guarda Real Britânica dos Dragões Escoceses, Roger MacMillan, afirmou que soldados explodiram um quartel-general dos fedayin, paramilitares
leais a Saddam Hussein.
"Fizemos uma incursão em
Basra para destruir um conhecido
quartel-general dos fedayin. Conseguimos arrombar o portão e entrar. Permaneceremos lá dentro",
disse MacMillan.
Outro oficial militar britânico,
que não quis se identificar, citado
pela agência Associated Press,
afirmou que de 30 a 40 posições
dos fedayin haviam sido destruídas por um grupo de comandos e
esquadrões de tanques. Combatentes fedayin desesperados, disse
ele, estavam invadindo casas de
habitantes como esconderijos.
Forças britânicas admitiram
que ainda não controlavam totalmente a cidade ontem, mas disseram ter conseguido estabelecer
uma base em uma escola técnica
que fora tomada na quinta-feira.
"Realmente, não queremos o
controle", disse Wall. "Queremos
criar as condições para que o controle seja passado do partido
Baath para as pessoas que deveriam tê-lo por direito."
O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que três soldados foram mortos durante as operações em Basra ontem, mas só
identificou um deles: Kelan John
Turrington, 18.
Segundo a imprensa britânica,
Lockwood teria afirmado que a
decisão de entrar em Basra foi tomada em parte por causa de relatos na mídia árabe de que a liderança política na cidade queria se
render, mas estava esperando a
queda de Bagdá para fazê-lo.
As reportagens também diziam
que Lockwood afirmara que relatos de saques em Basra -um sinal do enfraquecimento do controle do partido Baath- também
estimularam a ação.
"Ali Químico"
Militares dos EUA afirmaram
ter encontrado o corpo do guarda-costas do comandante Ali
Hassan al Majid, conhecido como
"Ali Químico", mas o Iraque descartou relatos de que o próprio Al
Majid teria morrido em um bombardeio pelos EUA de sua casa em
Basra anteontem.
Al Majid é conhecido como "Ali
Químico" por ordenar um ataque
com gás tóxico que matou milhares de curdos em 1988. Ele faz parte do círculo mais próximo de
Saddam e é o encarregado pela
frente sul no Iraque.
Questionado se Al Majid morreu no ataque de sábado, o ministro da Informação do Iraque, Mohammed Said al Sahaf, disse em
Bagdá: "Deixem-nos [os EUA"
com suas ilusões".
Com agências internacionais
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