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São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2003

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REPRESSÃO

Denúncia é do presidente da Comissão de Direitos Humanos do país; autoridades não comentam

Cuba confina dissidentes em celas solitárias

DA REUTERS

Cuba colocou sob regime de confinamento solitário a maioria dos 75 dissidentes políticos condenados no mês passado, segundo denúncia da Comissão de Direitos Humanos de Cuba.
"A imensa maioria, 60 no total, está em confinamento solitário em alas destinadas a castigos nas prisões de segurança máxima do país", afirmou Elizardo Sanchez, presidente da comissão que, embora ilegal, é tolerada pelo regime cubano.
Os dissidentes foram presos no final de março, sob a acusação de trabalhar com os Estados Unidos para derrubar o governo comunista, e sentenciados a uma média de 19 anos de prisão em julgamentos de um dia que tiveram acesso restrito. As decisões estão sob apelação.
Ativistas de direitos humanos denunciaram a onda repressiva das últimas semanas como a pior das últimas décadas. As prisões -assim como a execução, no início de abril, de três homens condenados pelo sequestro de uma lancha de passageiros, com a qual pretendiam fugir para os EUA- provocou amplas críticas internacionais contra o regime de Fidel Castro.
Segundo Sanchez, os dissidentes estão sendo mantidos em "condições desumanas" em pequenas celas onde recebem rações de água e de comida "que não preenchem as exigências sanitárias mínimas".
As mulheres de alguns dos dissidentes detidos confirmaram a denúncia. Segundo algumas delas, seus maridos estão sendo punidos por não cooperarem com as autoridades penitenciárias.
"Ele me disse que era uma cela muita estreita. Ele perdeu mais de 13 kg", disse Blanca Reyes, mulher do poeta Raul Rivero, um dos condenados, após visitá-lo.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos, vários dos dissidentes foram enviados para prisões distantes de suas casas, o que torna difícil as visitas familiares, especialmente em Cuba, onde há escassez de transporte.
A agência Reuters não conseguiu confirmar os relatos com autoridades cubanas, que raramente fazem comentários sobre as condições das prisões no país e consideram os dissidentes como mercenários a serviço do governo dos EUA.


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