|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARGENTINA
Para ex-presidente, lei sobre regime militar é ruim
Alfonsín inicia corrida eleitoral
com críticas ao próprio governo
das agências internacionais
O ex-presidente da Argentina
Raúl Alfonsín deu início à sua
campanha para deputado com
uma profunda autocrítica à sua
gestão presidencial (1983-1989).
Alfonsín, o primeiro presidente
eleito após o regime militar
(1976-1983), disse que "a Lei do
Ponto Final foi ruim". "Eu não
gostei de enviá-la ao Congresso.
Eu o fiz, porém, para zelar pelos
direitos humanos no futuro."
Pressionado por revoltas de militares da ativa no final dos anos 80,
Alfonsín enviou a Lei do Ponto Final ao Congresso.
A lei impediu que os militares de
patente inferior à de coronel fossem julgados por acusações de
abusos cometidos durante o regime. Cerca de 8.000 dissidentes políticos morreram ou desapareceram durante aqueles anos.
Mais tarde, em outubro do mesmo ano, o presidente Carlos Menem, curvando-se às mesmas
pressões, iria indultar os chefes
militares condenados.
Alfonsín também se criticou por
haver entregado o poder a Menem
seis meses antes do fim de seu
mandato. Naquele momento, o
país assistia a uma inflação anual
de cerca de 5.000% e a uma onda
de saques e tumultos.
O ex-presidente, que concorre a
uma vaga de deputado nas eleições
previstas para outubro próximo,
disse também "a entrega antecipada não foi boa nem conveniente
para a democracia argentina".
Menem, reeleito em 1995, iniciou
sua administração aplicando medidas austeras de combate à inflação. Uma relativa estabilidade econômica, porém, só seria atingida
em 1991, quando foi aplicado o
plano elaborado pelo ex-ministro
da Economia Domingo Cavallo.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|