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IRAQUE OCUPADO
Relatório diz que não havia "informações confiáveis" de que o país tivesse o arsenal proibido que motivou a guerra
Pentágono tinha dúvidas sobre armas
DA REDAÇÃO
O resumo de um relatório secreto da Agência de Inteligência
para Defesa dos EUA (AID) diz
que o Pentágono não tinha "informações confiáveis" de que o
Iraque ainda produzisse armas de
destruição em massa. O texto afirma, porém, que o país "provavelmente" tinha estoques de agentes
químicos que poderiam ser usados em armas.
O diretor da agência, Lowell Jacoby, afirmou que a AID não pôde "apontar instalações que operassem" dentro do suposto programa de armas de destruição em
massa iraquianos. As armas, ainda não encontradas, foram o
principal motivo usado por EUA
e Reino Unido para invadir o país.
O resumo, de setembro de 2002,
foi obtido e divulgado ontem pela
rede americana CNN, que não teve acesso ao relatório completo.
No texto, de uma página, os relatores escreveram: "Embora não
tenhamos nenhuma informação
direta, o Iraque provavelmente
possui agentes para armas químicas em munições químicas". Na
conclusão, segundo a CNN, disseram não haver "informações confiáveis" de que o país tenha produzido armas químicas nos 12
anos de sanções da ONU.
Segundo Jacoby, os trechos que
vazaram do documento não devem ser interpretados como se a
agência tivesse dúvidas sobre a
questão iraquiana. Mas disse que
nenhuma instalação que produzisse ou armazenasse armas foi
encontrada. "Não pudemos
apontar instalações que operassem como parte do programa de
armas de destruição em massa,
especificamente em relação às armas químicas", declarou Jacoby.
Outro funcionário da AID confirmou as informações divulgadas
pela imprensa, mas advertiu que
elas deveriam ser interpretadas à
luz do relatório completo. Segundo ele, quando os inspetores da
ONU deixaram o Iraque em 1998,
os EUA perderam os meios para
"ver as coisas do chão" e se voltaram para "meios de inteligência
menos confiáveis".
O Conselho de Segurança Nacional negou a acusação de falta
de provas, dizendo que "a Casa
Branca e o Pentágono não distorceram informações".
Já o presidente George W. Bush
afirmou ao premiê português, José Manuel Durão Barroso, que
tem "total confiança" nas informações dos serviços secretos sobre as armas. Durão Barroso, que
apoiou os EUA na guerra, foi recebido na Casa Branca.
Dossiê britânico
A rede BBC, citando uma fonte
no serviço secreto britânico, afirmou que o dossiê usado pelo premiê Tony Blair como base para
suas acusações contra o Iraque foi
reescrito pelo menos seis vezes.
Segundo a BBC, o informante
disse que o rascunho do dossiê foi
e voltou do gabinete de Blair para
a comissão conjunta de inteligência "entre seis e oito vezes", e em
pelo menos uma delas o premiê
teria participado do processo.
Blair nega que o documento tenha sido alterado para "ficar mais
sexy", como a BBC afirmara na
semana passada, citando fontes
do serviço secreto.
Com agências internacionais
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