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PAZ DIFÍCIL
Aliança diz, após fracasso em reuniões com iugoslavos, que vai intensificar bombardeios; diálogo pode ser retomado
Otan anuncia ataques contra Iugoslávia
das agências internacionais
A Otan anunciou, na madrugada
desta segunda-feira, que vai intensificar os bombardeios contra a Iugoslávia devido ao fracasso das
reuniões destinadas a acertar a retirada das tropas iugoslavas de Kosovo.
Representantes da Otan e da Iugoslávia admitiram a possibilidade
de as conversações serem retomadas nesta semana.
As reuniões, realizadas na Macedônia, eram resultado do acordo
de paz aceito pela Iugoslávia na semana passada. O plano foi patrocinado pelo G-8 (sete países mais ricos e a Rússia).
Segundo a Otan, o encontro serviria para a aliança militar ocidental entregar aos iugoslavos as exigências a serem seguidas pelas tropas de Belgrado em sua retirada de
Kosovo.
Os iugoslavos, segundo a Otan,
teriam apenas de assinar o documento de seis páginas e iniciar a
implementação das exigências da
aliança militar ocidental, como as
rotas a serem seguidas por suas
tropas.
""A delegação iugoslava apresentou uma proposta que não garantiria a volta, com segurança, dos refugiados e a completa retirada das
tropas iugoslavas", afirmou o general britânico Michael Jackson,
comandante das tropas da Otan na
Macedônia.
O plano de paz aceito pelo presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, e aprovado pelo Parlamento
sérvio prevê a instalação na Província de Kosovo de uma força de
paz internacional com a participação de tropas da Otan e de outros
países, como a Rússia.
A Otan, com milhares de soldados em países próximos à Iugoslávia, é a única força militar com
condições de entrar em Kosovo
imediatamente depois do início da
saída das tropas iugoslavas.
A reunião de ontem, que acontecia na base aérea de Kumanovo, na
Macedônia (a 10 km da fronteira
iugoslava), se estendeu por cerca
de 11 horas e foi inicialmente suspensa para que os iugoslavos pudessem consultar autoridades em
Belgrado (capital).
Funcionários da Otan disseram,
na sede da aliança em Bruxelas
(Bélgica), que ""é fácil retomar a estratégia de fortes bombardeios",
inclusive sobre Belgrado, para
mostrar à população e ao regime
iugoslavo o preço de retardar o fim
do conflito.
Entre suas exigências à Otan, os
representantes iugoslavos teriam
pedido mais tempo para se retirar
de Kosovo.
Inicialmente, a Otan havia dado
o prazo de uma semana para a retirada, mas, ontem, o governo dos
EUA disse que poderiam ser concedidos mais alguns dias, desde
que o processo de retirada começasse imediatamente.
Os representantes de Milosevic
também argumentam que só assinam o documento sobre retirada
das tropas depois que o Conselho
de Segurança da ONU endossar o
acordo patrocinado pelo G-8.
Os iugoslavos também estariam
preocupados com a possibilidade
de serem atacados pelo Exército de
Libertação de Kosovo (guerrilha
separatista da etnia albanesa) durante a retirada, quando teriam
poucas condições de se proteger e
reagir.
Bombardeios
Enquanto as conversas prosseguiam na Macedônia, a Otan também continuava seus bombardeios
contra forças sérvias em Kosovo.
Aviões norte-americanos B-52
atacaram posições do Exército iugoslavo perto da fronteira entre
Kosovo e a Albânia. Desde quinta-feira, a capital iugoslava não é alvo
de bombardeios.
Mas ontem, após o fracasso das
reuniões na Macedônia, sirenes
voltaram a soar em Belgrado, para
alertar contra eventuais ataques
aéreos.
Aviões da Otan dispararam pelo
menos 30 mísseis num ataque, que
durou 35 minutos, contra posições
sérvias na noite de ontem, afirmou
a agência de notícias iugoslava
""Tanjug".
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