São Paulo, segunda, 7 de julho de 1997.



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ÁSIA
Após confrontos, Hun Sen diz que seu rival, o príncipe Norodom Ranariddh, não participa mais da coalizão
Crise de premiês racha governo do Camboja

das agências internacionais

Hun Sen, segundo primeiro-ministro do Camboja, disse que seu rival, o primeiro primeiro-ministro Norodom Ranariddh, não participa mais do governo do país.
A declaração foi feita por rádio no final do dia de ontem, o segundo em que as forças dos dois premiês se enfrentaram nas ruas de Phnom Penh, a capital cambojana.
Segundo a agência "Reuter", 12 pessoas já morreram -entre eles um cidadão japonês cuja casa foi atingida por uma bomba.
"O governo está pronto para escolher um novo primeiro premiê", disse Hun Sen. O líder chamou dissidentes do partido Funcinpec, do príncipe Norodom, para preencher a vaga.
O príncipe, que foi para a França pouco antes do início dos combates, havia denunciado o que chamou de um "golpe de Estado". Ontem, Norodom prometeu organizar da França a resistência às forças de Hun Sen.
Os dois premiês dividem o poder no Camboja desde 1993 por meio de uma instável coalizão.
Nos combates de ontem as forças de Hun Sen conquistaram a residência do príncipe e a sede de seu partido. Durante bombardeios, a Embaixada da França, vizinha da casa de Norodom, foi bastante danificada. Autoridades francesas, porém, disseram que nenhum funcionário foi atingido.
Os choques tornaram-se mais esporádicos quando passou a vigorar o toque de recolher às 20h (11h em Brasília), decretado anteontem. Segundo Hun Sen, a situação está sob controle.
Fim da coalizão
Os recentes enfrentamentos entre os seguidores dos premiês iniciaram-se depois de confirmado o esfacelamento do Khmer Vermelho, a guerrilha comunista que governou o país de 1975 a 1979 e que detinha posições na região norte.
No mês passado, facções do Khmer Vermelho se voltaram contra o líder do grupo, Pol Pot. Não se conhecem o paradeiro nem as condições de saúde do homem acusado de ser o responsável pela morte de mais de 1 milhão de cambojanos quando governou o país.
É certo, no entanto, que Pol Pot perdeu o domínio do grupo, que agora procura um novo papel no jogo de forças do país.
Os choques de anteontem estouraram quando os homens de Hun Sen tentaram desarmar os rivais seguidores de Norodom -Hun Sen acusou o príncipe de infiltrar membros do Khmer Vermelho na capital e de tentar cooptar o apoio da guerrilha.



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