São Paulo, segunda, 7 de julho de 1997.



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GUERRILHA
Cubano apresenta três evidências
Restos são de Che Guevara, afirma legista

das agências internacionais

Ossos encontrados na semana passada na Bolívia pertencem ao guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, disse o médico legista Jorge González.
O cubano González, líder do grupo de cientistas que trabalhou na região central da Bolívia em busca dos restos mortais do guerrilheiro, apresentou três evidências de que um dos esqueletos encontrados ao lado da pista do aeroporto de Vallegrande pertence a Che Guevara.
Segundo González, a conformação facial e a arcada dentária de um dos conjuntos de ossos coincidem com as características de Che. Ainda, os restos mortais em questão não apresentavam as mãos.
Testes laboratoriais
Quando foi morto, em outubro de 1967 na Bolívia, Che teve suas mãos arrancadas. Elas serviriam de prova de que o legendário guerrilheiro havia sido derrotado.
González disse que "sem dúvida" Guevara foi achado, segundo a revista alemã "Der Spiegel".
As identidades dos sete esqueletos achados em Vallegrande só serão estabelecidas em definitivo dentro de alguns dias, quando terminarem testes laboratoriais.
Ontem, em meio a um aparato de segurança, os ossos foram levados para Santa Cruz de la Sierra, onde serão realizados os exames.
Novo debate
O escritor mexicano Paco Ignacio Taibo 2º, autor da recém-lançada biografia "Ernesto Guevara, También Che", disse que o achado dos restos mortais do guerrilheiro "abre debate sobre as circunstâncias do assassinato de uma figura histórica deste século".
Para Taibo, a importância do descobrimento dos restos mortais "não está nos próprios restos, que não são mais do que ossos, mas no renascer do espírito de alguém fiel a seus princípios, que nunca negociou com as hierarquias".
Guevara, anos depois de haver participado, ao lado de Fidel Castro, da vitoriosa revolução comunista em Cuba (1959), formou um foco guerrilheiro na Bolívia, de onde pretendia espalhar o movimento para toda a América.
O plano fracassou quando as forças militares do país capturaram o revolucionário e seu grupo, de seis homens. Um dia após a detenção, os sete homens foram mortos.



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