DA REDAÇÃO

O fato anormal na onda de calor na Europa é a duração, e não as temperaturas, segundo Marcelo Seluchi, chefe de operações do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e localizado em Cachoeira Paulista (SP).
O verão europeu costuma ter temperaturas entre 35C e 40C, mas durante um período de poucos dias. Agora, isso já persiste por quase um mês. E, pela previsão do CPTEC, vai durar ainda mais cinco dias, pelo menos.
O calor é causado, de acordo com Seluchi, por dois motivos, ambos originados na própria natureza. Um é o bloqueio atmosférico, ou seja, um sistema de alta pressão que estacionou sobre a Europa e inibe a formação de nuvens e a chegada de frentes frias.
O outro é a entrada, pelo sul do continente, de massas de ar quente provenientes da África.
A diferença que gera a persistência do calor agora é que o sistema de alta pressão está muito ancorado. "Para ele ser rompido, só se chegar uma frente fria muito forte", explica o meteorologista.
Na opinião dele, ações do homem como o desmatamento e a poluição não estão entre as causas da onda de calor na Europa. "Isso demora para interferir no clima."


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