|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paris registra 39,5ºC; mortes chegam a 42
DO "INDEPENDENT", EM PARIS
Uma das poucas filas nas ruas
de Paris desertas pelo calor ontem
era para uma passarela coberta de
30 metros que espirra água sobre
as pessoas resistentes o suficiente
para irem até o local, parte do Festival de Verão da cidade.
O calor na capital francesa chegou aos 39,5C, próximo do recorde de 40,4C ocorrido em 1947.
O verão em Paris é o mais quente
desde 1949. Temperaturas nesse
nível foram registradas em outras
cidades como Rennes e Auxerre,
com marcas entre 37,8 e 41C.
O saldo de mortos por causa dos
incêndios e do calor na Europa
chegou ontem a 42. Só Portugal,
em razão do fogo, e a Espanha,
por causa das altas temperaturas,
já registraram 28 vítimas fatais (14
em cada). Numa floresta portuguesa, foram descobertos mais
dois corpos. No sul da Espanha,
duas pessoas morreram de ataque
cardíaco por causa do calor.
A extensão da área florestal destruída em Portugal chegou a 100
mil hectares. O governo do país já
pediu aviões e helicópteros para a
OTAN (aliança militar ocidental)
e dinheiro para a União Européia.
Os bombeiros portugueses estão exaustos depois de vários dias
de combate aos incêndios, os piores nos últimos 20 anos. "Eles estão cercados pelo fogo", afirmou
um porta-voz da corporação.
No Reino Unido, dois garotos
de 17 anos morreram em incidentes separados quando tentavam
se refrescar. A Croácia também
divulgou duas mortes relacionadas ao calor. A Alemanha e a
França já haviam registrado, cada
uma, cinco vítimas fatais. No caso
francês, por causa dos incêndios
na Riviera e na Córsega. No alemão, pelas altas temperaturas.
Todo mundo que pôde ficou
ontem em lugares fechados na capital francesa, sob a proteção do
ar-condicionado, fugindo dos tradicionais cafés ao ar livre.
Trabalhadores de fábricas do
país também têm se virado para
suportar o calor. Na linha de
montagem da Peugeot, em Souchaux, os funcionários ganharam
um intervalo extra.
Na Alemanha, foram adotados
horários flexíveis que serão compensados em épocas menos
quentes. Em algumas empresas,
funcionários foram autorizados a
trabalhar de camisa curta. Na Itália, servidores fizeram greve até a
instalação de ar-condicionado.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Causa do calor é natural, diz meteorologista Próximo Texto: Para especialistas, ondas de calor no mundo deverão se acentuar Índice
|