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Texto deve falar
em lamento,
sem desculpas
DA ENVIADA ESPECIAL
O texto consensual mínimo
sobre as reparações deverá falar de arrependimento pelo sofrimento resultante da escravidão e do tráfico de escravos,
considerados como fontes de
racismo.
Sobre o colonialismo, tratado
num parágrafo à parte, a proposta é dizer que suas práticas
contiveram, em algum momento, aspectos ou manifestações de racismo.
Não houve, porém, entendimento sobre o pedido de desculpas, a necessidade e a forma
de reparações nem a qualificação dos fatos do passado como
crimes contra a humanidade.
Sem acordo no grupo informal de 20 países criado para
discutir o assunto, delegados
do Brasil e do Quênia (países
coordenadores dos debates)
trabalhariam durante toda a
madrugada em busca do consenso final.
Os europeus impõem algumas condições, entre elas, a de
que a Europa não aceita qualificar o colonialismo como crime
contra a humanidade nem cederá na questão econômica,
perdoando dívidas dos países
africanos.
"Não haverá, em termos financeiros, nada mais do que já
foi concedido pela Europa até
aqui", disse à Folha um diplomata brasileiro que acompanha as negociações.
O Brasil defende que haja a
expressão de um lamento genérico pelos fatos do passado,
sem citar os países envolvidos,
e a citação ao fato de que, se a
escravidão ocorresse hoje, seria
crime contra a humanidade.
Não defende reparações de um
país para outro.
Um membro da delegação
alemã disse que a proposta da
União Européia é tentar adiar a
discussão sobre questões financeiras para duas conferências das Nações Unidas previstas para o ano que vem, uma
sobre desenvolvimento sustentável e outra sobre segurança
alimentar.
(FE)
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