São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2001

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Observadores são cruciais, diz líder rebelde

REMY OURDAN
DO "LE MONDE", EM SIPKOVICA

É preciso haver uma presença internacional para que a paz possa ser consolidada. A afirmação é de Ali Ahmeti, líder político dos rebeldes de origem albanesa. Leia trechos de sua entrevista, concedida antes da votação de ontem.

Pergunta - O sr. acompanha o debate no Parlamento macedônio. O que o sr. espera dos deputados?
Ali Ahmeti -
Espero que conservem o sangue-frio e tomem a decisão certa para o futuro do país. É impossível avançar por meio da guerra. Os que querem o fim do processo de paz são uma minoria.

Pergunta - O UCK-M (Exército de Libertação Nacional, da Macedônia) alcançou seus objetivos?
Ahmeti -
Fomos forçados a travar a guerra. Se a Macedônia fosse um país verdadeiramente democrático, jamais teria havido guerra. Acontece que o Parlamento não nos teria concedido aquilo que obtivemos por meio das armas, sobretudo no que diz respeito ao uso da língua albanesa.
Agora é importante restabelecer a confiança entre as comunidades, é importante que os eslavos compreendam que não perderam nada pelo fato de os cidadãos de origem albanesa terem lutado por seus direitos.

Pergunta - O UCK-M levará adiante o processo de desarmamento?
Ahmeti -
É claro. Vamos depor nossas armas, conforme previsto no acordo selado com a Otan e com a comunidade internacional.
Os macedônios, em contrapartida, já atrasaram o processo de paz. Eles precisam levar suas armas pesadas de volta aos quartéis e desmontar as barreiras policiais.

Pergunta - O sr. não teme uma ofensiva das forças governamentais após o final de setembro, quando o UCK-M estiver desarmado e a Otan tiver partido?
Ahmeti -
Estamos contando com as garantias dadas pela Europa e pelos EUA. Aguardamos a chegada de observadores internacionais. Achamos que é preciso haver uma presença internacional para que a paz possa ser consolidada. Não sei por quanto tempo. Tudo vai depender do resultado das eleições previstas para janeiro de 2002 e da reforma da polícia.


Tradução de Clara Allain


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