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Observadores são cruciais, diz líder rebelde
REMY OURDAN
DO "LE MONDE", EM SIPKOVICA
É preciso haver uma presença
internacional para que a paz possa ser consolidada. A afirmação é
de Ali Ahmeti, líder político dos
rebeldes de origem albanesa. Leia
trechos de sua entrevista, concedida antes da votação de ontem.
Pergunta - O sr. acompanha o debate no Parlamento macedônio. O
que o sr. espera dos deputados?
Ali Ahmeti - Espero que conservem o sangue-frio e tomem a decisão certa para o futuro do país. É
impossível avançar por meio da
guerra. Os que querem o fim do
processo de paz são uma minoria.
Pergunta - O UCK-M (Exército de
Libertação Nacional, da Macedônia) alcançou seus objetivos?
Ahmeti - Fomos forçados a travar a guerra. Se a Macedônia fosse
um país verdadeiramente democrático, jamais teria havido guerra. Acontece que o Parlamento
não nos teria concedido aquilo
que obtivemos por meio das armas, sobretudo no que diz respeito ao uso da língua albanesa.
Agora é importante restabelecer
a confiança entre as comunidades, é importante que os eslavos
compreendam que não perderam
nada pelo fato de os cidadãos de
origem albanesa terem lutado por
seus direitos.
Pergunta - O UCK-M levará adiante o processo de desarmamento?
Ahmeti - É claro. Vamos depor
nossas armas, conforme previsto
no acordo selado com a Otan e
com a comunidade internacional.
Os macedônios, em contrapartida, já atrasaram o processo de
paz. Eles precisam levar suas armas pesadas de volta aos quartéis
e desmontar as barreiras policiais.
Pergunta - O sr. não teme uma
ofensiva das forças governamentais após o final de setembro,
quando o UCK-M estiver desarmado e a Otan tiver partido?
Ahmeti - Estamos contando com
as garantias dadas pela Europa e
pelos EUA. Aguardamos a chegada de observadores internacionais. Achamos que é preciso haver uma presença internacional
para que a paz possa ser consolidada. Não sei por quanto tempo.
Tudo vai depender do resultado
das eleições previstas para janeiro
de 2002 e da reforma da polícia.
Tradução de Clara Allain
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