ELISABETH ROSENTHAL
DO "NEW YORK TIMES"

Um estudo constatou que aditivos e colorantes alimentares comuns podem intensificar o comportamento hiperativo em muitas crianças.
Financiado pela Agência de Padrões de Alimentos britânica e publicado online pelo periódico médico britânico "The Lancet", ele impõe uma série de perguntas às instâncias reguladoras: será que os alimentos que contêm conservantes e colorantes artificiais devem ter avisos em seus rótulos? Alguns aditivos deveriam ser proibidos por completo? As cantinas das escolas deveriam deixar de vender alimentos contendo aditivos?
Afinal, observam os pesquisadores, a hiperatividade dificulta o aprendizado das crianças. "Um misto de aditivos encontrado comumente em alimentos para crianças eleva o nível médio de hiperatividade", escreveram os pesquisadores, encabeçados por Jim Stevenson, professor de psicologia na Universidade de Southampton. "A descoberta reforça o argumento de que os aditivos alimentares exacerbam os comportamentos hiperativos (desatenção, impulsividade e excesso de atividade) pelo menos até a média infância."
Em resposta ao estudo, a Agência de Padrões Alimentares aconselhou os pais a monitorar a atividade de seus filhos e, se observarem uma modificação marcante com o consumo de alimentos contendo aditivos, a ajustarem as dietas, eliminando os colorantes e conservantes artificiais. Stevenson disse que avançar além disso seria precoce. "Identificamos uma questão que precisa ser explorada mais a fundo", disse.
O estudo do "Lancet" focou uma larga gama de colorantes alimentícios e o benzoato de sódio, um conservante comum. Os pesquisadores observaram que a remoção desse conservante dos alimentos pode causar outros problemas, como o consumo de alimentos estragados. O estudo não vincula agentes específicos a comportamentos específicos porque todas as crianças testadas receberam um misto de aditivos.