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Economia deve sofrer ainda mais
DE BUENOS AIRES
A crise no governo argentino
deve afetar a situação da economia do país, estagnada desde o
ano passado. A Argentina deve
crescer menos de 1% este ano, o
desemprego é de 15,4% (contra
cerca de 7% no Brasil) e o índice
de confiança dos consumidores
está no seu nível mais baixo em
três anos.
A Bolsa de Buenos Aires caiu
1,7%. Para analistas, a queda se
deveu em parte à preocupação
dos investidores com a governabilidade do país.
O ministro José Luis Machinea
(Economia), porém, afirmou a
Argentina "segue em um bom rumo econômico".
Mas, diferentemente do que diz
o ministro, a maior parte dos argentinos afirma que o país segue
em crise e que, além disso, o presidente Fernando de la Rúa não
conseguirá cumprir as suas promessas de campanha, segundo
pesquisa do Instituto Rommer.
De la Rúa, quando era candidato a presidente, afirmou que reduziria o desemprego, faria o país retomar o crescimento econômico e
eliminaria a corrupção dos dez
anos de menemismo.
Em dez meses, não mostrou sucesso em nenhum desses pontos,
e sua administração é tida como
imóvel.
A crise no Senado, na qual senadores teriam repartido cerca de
US$ 10 milhões para aprovar a reforma trabalhista em abril deste
ano, manchou a gestão do presidente, descrita, até então, como
honesta. E Alvarez foi quem mais
se movimentou contra o escândalo, pedindo a renúncia de senadores e a antecipação das eleições
para o Senado. Criticou também a
condução econômica do país.
Esta não será a primeira vez que
um presidente governará sem vice na Argentina. O analista político Rosendo Fraga lembra que isso
já ocorreu com Juan Domingo Perón em 1952, Frondizi em 1958 e
Carlos Menem em em 1991, quando seu vice concorreu ao governo
da Província de Buenos Aires. O
sucessor imediato de Menem passa a ser José Genoud, presidente
interino do Senado -desafeto de
Alvarez.
(GC)
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