São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Opositores devem aceitar dar poderes a Bush; embaixador do Iraque diz que país aceitaria nova decisão da ONU

Congresso aprovará resolução, diz líder democrata

DA REDAÇÃO

O Congresso dos EUA deve apoiar com grande maioria uma resolução autorizando uma ação militar contra o Iraque, segundo o líder da maioria no Senado, Tom Daschle, do Partido Democrata. Já o embaixador do Iraque nas Nações Unidas, Mohammed al Douri, afirmou que Bagdá estaria disposta a aceitar uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU, como desejam os EUA.
O senador democrata, que recentemente havia feito ressalvas a dar poderes ao presidente George W. Bush, disse que a resolução será aprovada por ampla maioria no Senado nesta semana ou em breve. "Trata-se de uma primeira autorização para o uso da força unilateral e preventiva", afirmou.
A resolução autorizaria Bush a utilizar "todos os meios necessários" contra o regime do ditador iraquiano, Saddam Hussein. Bush acusa Saddam de desenvolver armas de destruição em massa e de colaborar com grupos terroristas internacionais. O Iraque nega.
Porém Daschle afirmou em entrevista à rede de TV NBC que deixará claro todas as suas objeções à resolução "Queremos nos assegurar que tudo seja feito corretamente", disse. Em sua avaliação, o a resolução será aprovada por 75%. Na Câmara dos Deputados, de maioria republicana, não deverá haver problemas para Bush, que é do Partido Republicano, aprovar a resolução.
O líder da minoria republicana no Senado, Trent Lott, afirmou que "a resolução, da maneira que está posta, está boa. Mas, se for necessário, certamente poderemos mudar algo para chegarmos a um acordo no Senado".

Iraque
O embaixador do Iraque na ONU disse ontem que Bagdá estaria disposta a aceitar uma nova resolução da ONU. "Não somos contra nenhuma resolução. Primeiro precisamos ter essas resoluções em nossas mãos e depois poderemos concluir", disse.
Saddam afirmou ontem, porém, que o objetivo dos EUA com uma nova resolução é inventar uma mentira para atacar o Iraque.
O embaixador disse ainda que o Iraque "quer ver esse problema solucionado logo, para que as sanções sejam levantadas".
O diplomata iraquiano ironizou ainda as resoluções. "Facilitaremos todo o acesso, faremos tudo para terminar com essa questão de armas destruição em massa, por uma simples razão: não temos armas de destruição em massa", afirmou.
"Os inspetores das Nações Unidas podem chegar quando quiserem e não serão colocados obstáculos ao trabalho deles", segundo o embaixador iraquiano.
O chanceler iraquiano, Naji Sabri, deu declaração similar ontem, afirmando que "somente os inspetores poderão provar que o Iraque não tem armas de destruição em massa".
Ontem foram realizados protestos em Nova York, Los Angeles e San Francisco contra uma possível ofensiva americana contra o Iraque. Em Nova York, os manifestantes se reuniram no Central Park.

Israel
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, pediu ontem aos ministros de seu gabinete para se manterem calados sobre um possível ataque dos EUA contra o Iraque, para não atrapalhar os americanos. O jornal "Yedioth Ahronoth" publicou ontem que os EUA devem avisar Israel três dias antes de atacar o Iraque.


Com agências internacionais


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