São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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VENEZUELA

Oposição diz que denúncia de presidente é "show" para desacreditar manifestação programada para quinta-feira

Chávez diz ter debelado suposta conspiração

France Presse
O presidente Cháves saúda simpatizantes ontem em Caracas


DA REDAÇÃO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que os serviços de inteligência do país desmantelaram uma nova tentativa de golpe que supostamente teria se concretizado ontem.
"Abortamos um golpe de Estado", declarou Chávez durante uma reunião com prefeitos e governadores, onde fez uma chamada a seus aliados para "manter-se em alerta porque a ameaça golpista não havia sido eliminada". Em 11 de abril, uma tentativa fracassada de golpe de Estado tirou o presidente do poder por 48 horas.
Chávez afirmou também que a conspiração contra ele incluía um plano para assassiná-lo. Seus opositores, no entanto, disseram que suas declarações eram um "show" para desacreditar a oposição.
Na sexta-feira à noite, diplomatas venezuelanos fizeram circular por Brasília a informação de que grupos opositores antecipariam para ontem um locaute contra Chávez, marcado para o dia 10, supostamente para prejudicar a candidatura de Lula na eleição presidencial brasileira. Porém nenhum membro da oposição a Chávez confirmou a informação.
Chávez assegurou que o "presidente" que assumiria o poder logo após ele ter sido derrubado seria o ex-chanceler social-democrata Enrique Tejera, 83, cuja residência foi invadida na madrugada de anteontem pela polícia política e pelo serviço de inteligência.
Durante a operação, considerada "irregular" pelos advogados de Tejera, foram encontrados documentos, vídeos e um mapa no qual supostamente havia uma estratégia de golpe contra Chávez, segundo informações policiais citadas pela rede estatal de TV.
Tejera negou qualquer vínculo com planos subversivos e acusou a polícia de "semear" falsas evidências contra ele, após ser interrogado na sede da polícia política.
O presidente negou-se a dar mais detalhes sobre a "estratégia dos golpistas" porque as investigações ainda estão sendo feitas. Reiterou sua chamada para um "diálogo nacional" e exortou os setores privados e a sociedade civil para "não deixar se manipular por uma minoria desesperada".
Na próxima quinta-feira, durante uma marcha de opositores convocada em Caracas, as cúpulas das centrais patronal e sindical poderiam decidir a data de uma nova greve geral, similar à que esses mesmos setores fizeram em dezembro e abril passados para obrigar Chávez a renunciar.


Com agências internacionais


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