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ORIENTE MÉDIO
EUA não criticam ataque à Síria; Damasco tenta aprovar na ONU resolução que condene a ação israelense
Israel tem o direito de se defender, diz Bush
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que "Israel
tem o direito de se defender", ao
ser questionado sobre o ataque israelense à Síria, anteontem.
A ação israelense teve como alvo uma base que seria utilizada
para o treinamento de terroristas
palestinos e ocorreu um dia depois de um atentado suicida assumido pelo grupo terrorista Jihad
Islâmico ter matado ao menos 19
pessoas em Haifa (norte de Israel). A Síria nega que a base seja
utilizada para fins terroristas.
"Deixei bem claro ao premiê [israelense] Ariel Sharon que Israel
tem o direito de se defender", afirmou Bush em Washington. Porém o presidente pediu a Sharon
que "Israel evite a escalada da violência, pois pode alimentar novas
tensões", minando as perspectivas de paz para a região.
Raanan Gissin, assessor de Sharon, disse que a Síria pode ser alvo
de novos ataques. Mas ele descartou um ataque ao Irã, país que
também é acusado pelos israelenses de apoiar o terrorismo.
Anteontem, após o ataque israelense, autoridades americanas
criticaram a Síria, afirmando que
o país está "do lado errado da
guerra ao terrorismo". O regime
de Damasco é acusado pelos EUA
de tentar adquirir e de estar desenvolvendo armas de destruição
em massa. O país é visto como um
dos mais prováveis alvos de uma
ofensiva americana.
O porta-voz da Casa Branca
Scott McClellan disse ontem que a
"Síria precisa parar de abrigar terroristas". E acrescentou que o país
é responsável "pelos terroristas
que planejam atentados a partir
de seu território".
A Síria não reagiu no campo militar à ação israelense -o último
ataque de Israel à Síria havia sido
na Guerra do Yom Kippur, em
1973. Coincidentemente, o ataque
de ontem ocorreu pouco antes do
início do Yom Kippur (dia do perdão, principal data do calendário
religioso judaico).
A Síria preferiu apelar ao Conselho de Segurança (CS) da ONU.
O país, que atualmente integra o
CS, apresentou anteontem uma
resolução condenando o ataque
israelense. Mas não houve votação porque os países-membros
pediram que fosse concedido um
dia para que os embaixadores na
ONU pudessem consultar seus
governos. A votação poderia
ocorrer ainda na noite de ontem.
Damasco pediu que os EUA não
utilizassem seu poder de veto no
CS para impedir a aprovação da
resolução. Porém autoridades
americanas já deixaram claro que
Washington vetará a resolução se
o texto da Síria não for alterado.
Os EUA aprovariam apenas se a
resolução condenasse Damasco
por dar abrigo a terroristas. A Síria não aceitaria essa inclusão.
Outros integrantes do CS disseram que a resolução precisa ser
mais "balanceada". "A resolução
poderia ser aprovada se exigisse o
fim do terrorismo", disse o vice-chanceler russo, Yuri Fedotov.
Em Damasco, a população pedia uma resposta militar, e os jornais estamparam as condenações
internacionais à ação de Israel.
Condenações
A União Européia criticou ontem o ataque israelense à Síria,
afirmando que a ação violou as
leis internacionais. "Entendo que
os israelenses estão sofrendo com
os ataques dos terroristas suicidas. Mas a reação precisa estar de
acordo com a legislação internacional", disse o chefe da diplomacia européia, Javier Solana.
A Liga Árabe, que se reuniu no
Egito para discutir o ataque, divulgou a seguinte nota: "A agressão [israelense] representa uma
séria escalada [da violência] e
ameaça a segurança internacional
e regional". O governo brasileiro
divulgou nota afirmando que
"condena o bombardeio realizado por forças israelenses".
Com agências internacionais
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