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Funcionários da ONU querem sair do Iraque
DA REDAÇÃO
Duas organizações representantes de mais de 60 mil funcionários das Nações Unidas exortaram ontem o secretário-geral Kofi
Annan a retirar todo o seu contingente do Iraque devido a riscos
"sem precedentes" à segurança.
Em carta conjunta a Annan, as
organizações mencionam uma
escalada dramática de ataques no
Iraque e afirmam que a ONU "se
tornou um alvo direto, particularmente passível de ataques por facções terroristas cruéis".
"Apenas um funcionário já é
funcionário demais no Iraque",
diz a carta. "Apelamos a seu bom
senso para assegurar que nenhum
outro funcionário seja enviado ao
Iraque e que aqueles que já estão
lá sejam instruídos a sair o quanto
antes."
O porta-voz da ONU, Fred Eckhard, disse que o organismo "irá
levar a carta em consideração".
Richard Grenell, porta-voz do
embaixador dos EUA na ONU,
John Danforth, manifestou-se
contrário à retirada. "Esperamos
que o secretário-geral reconheça
que a ONU existe para ajudar governos em crises", disse.
A ONU retirou todos os seus
funcionários do Iraque em 2003,
após seu escritório em Bagdá ter
sofrido dois atentados a bomba.
No primeiro, 22 morreram, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira
de Mello, representantes especial
da ONU no país.
Em agosto, Annan permitiu que
um contingente retornasse ao
país, impondo um teto de 35 funcionários. Mas o organismo está
sob pressão para enviar mais pessoal para ajudar no preparo das
eleições marcadas para janeiro.
"Enquanto compreendemos
que o povo do Iraque merece o
apoio e a assistência da comunidade internacional, não podemos
concordar com o emprego de
pessoal da ONU no Iraque em face do alto risco, sem precedentes,
à segurança dos funcionários",
sustenta a carta.
Pelo menos 23 pessoas morreram ontem em confrontos no Iraque. A explosão de um carro-bomba contra um posto de controle da Guarda Nacional iraquiana próximo a Anah, ao noroeste
de Bagdá, no acesso principal à Síria, matou ao menos 16 iraquianos e feriu outros 30.
Em Ramadi (oeste), um comboio militar dos EUA foi atacado
com lança-granadas. Cinco morreram no fogo cruzado. Explosões
distintas em Basra (sul) e Baquba
(norte) deixaram dois mortos.
Numa tentativa de dificultar a
movimentação de insurgentes e
evitar novos ataques, forças americanas e iraquianas bloquearam
todas as estradas ao sul da capital.
Mais de 3.000 soldados da força
multinacional prosseguiram operações na Província de Babil pela
retomada de áreas controladas
pela insurgência.
Mediadores iraquianos afirmaram estar perto de um acordo
com o líder radical Moqtada al
Sadr para um cessar-fogo em Sadr
City, controlada pelo clérigo xiita.
Negociações também ocorreram
ontem em Fallujah (oeste), considerado reduto do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi.
O ditador líbio, Muammar Gaddafi, fez um apelo ontem pela libertação do engenheiro britânico
Kenneth Bigley, 62, mantido refém no Iraque há 20 dias. A família do refém havia pedido que
Gaddafi intermediasse negociações com os seqüestradores.
Com agências internacionais
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