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ORIENTE MÉDIO
Ele diz que plano conta com apoio dos EUA
Assessor de Sharon diz que saída de Gaza visa impedir Estado palestino
DA REDAÇÃO
O principal assessor do premiê
de Israel, Ariel Sharon, disse ontem que o plano de retirada de
Gaza elimina a possibilidade de
criação de um Estado palestino
indefinidamente, acrescentando
que os EUA apóiam essa política
do governo israelense.
A afirmação, feita por Dov
Weisglass em entrevista que será
publicada na íntegra amanhã no
diário israelense "Haaretz", já teve desmentidos no governo, pedidos de explicações em Washington e condenações da esquerda de
Israel e de autoridades palestinas.
"O significado do plano de desengate [retirada dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza]
é o congelamento do processo de
paz. E quando você congela o processo, você previne o estabelecimento do Estado palestino, previne a discussão sobre a questão dos
refugiados, sobre as fronteiras e
sobre Jerusalém", disse.
"Todo o pacote denominado
"Estado palestino", com toda a sua
carga, foi removido indefinidamente da agenda. E tudo isso com
o aval presidencial [de George W.
Bush] e com a ratificação das duas
Casas do Congresso", afirmou.
"O que combinei com os americanos foi que parte dos assentamentos [na Cisjordânia] não será
negociada e que o restante somente será negociado apenas
quando os palestinos acabarem
com o terrorismo. O plano de desengate fará com que, de um total
de 240 mil colonos, 190 mil possam permanecer em suas casas."
Palestinos exigem a retirada de
todos os assentamentos para possibilitar a criação de um Estado.
O governo americano pediu explicações a Israel ontem após tomar conhecimento do teor da entrevista. Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado
Adam Ereli afirmou que os EUA
continuam comprometidos com
o roteiro para a paz, que prevê negociações bilaterais para que seja
criado o Estado palestino.
O gabinete de Sharon emitiu comunicado mais tarde afirmando
que continua apoiando o plano de
paz recomendado pelos EUA.
As declarações de Weisglass estão sendo vistas em Israel como
uma tentativa do governo de Sharon para atrair apoio da direita israelense. Esse grupo se tornou um
dos principais opositores da saída
de Israel da faixa de Gaza.
Em mais um dia de violência em
Gaza, Israel matou duas pessoas
de uma mesma família. Após uma
semana de ataques, 75 palestinos
foram mortos por Israel na operação militar em Gaza.
A ONU desafiou ontem Israel a
dar provas da ligação com o terrorismo de 13 funcionários palestinos da UNRWA (agência das Nações Unidas para dar assistência
nos territórios) que estão sob custódia israelense.
Com agências internacionais
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