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PLEBISCITO
Resultado da votação mantém a ligação simbólica do país com o Reino Unido
Australianos rejeitam república
FÁBIO ZANINI
de Londres
Os australianos rejeitaram ontem a mudança do sistema de governo no país, da atual monarquia parlamentarista para uma
república. Isso significa que a rainha britânica Elizabeth 2ª continuará chefe de Estado do país.
Com 75% das cédulas apuradas
até o início da madrugada de hoje
na Austrália (início da tarde de
ontem no Brasil), o voto "não",
favorável à manutenção da monarquia, liderava com 54% do total, contra 46% do "sim" pela implantação de uma república.
Mesmo nos dois Estados mais
populosos e importantes -Nova
Gales do Sul e Victoria-, onde os
republicanos esperavam ganhar,
o "não" liderava a apuração.
A proposta previa substituir o
governador-geral, que representa
a rainha, por um presidente.
Líderes do movimento republicano australiano reconheceram a
derrota no plebiscito poucas horas após o início da apuração.
Eles admitiram que divergências internas sobre a forma de escolher o presidente acabaram por
impedir o que há dois meses parecia vitória fácil.
"O plebiscito foi perdido por
nós claramente pela forma como
ele foi estabelecido, colocando
uma forma de república contra a
outra", afirmou Kim Beazley, líder do Partido Trabalhista, de
oposição ao governo australiano.
Pesquisas de opinião indicaram
que mais de 60% dos 12 milhões
de eleitores preferem uma república, mas a maioria defendendo
um presidente eleito diretamente,
e não por uma maioria de dois
terços do Parlamento, como proposto no plebiscito.
O resultado disso é que muitos
republicanos acabaram optando
por votar "não", na esperança de
convocar outro plebiscito, dentro
de alguns anos, que contemple o
voto direto.
O premiê australiano, John Howard, disse estar satisfeito com o
resultado. "É hora de voltarmos
nossas atenções para coisas que
afetam diretamente a vida dos
australianos", afirmou.
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