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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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Cáucaso e Ásia Central são instáveis

DA REDAÇÃO

No antigo espaço soviético, o Cáucaso e a Ásia Central são as duas regiões mais conturbadas geopoliticamente, sobretudo por causa de sua posição geográfica.
"O Cáucaso fica perto do Irã e do Iraque, dois locais instáveis. Assim, sobressaltos têm efeitos nefastos sobre o delicado equilíbrio geopolítico caucasiano", disse à Folha Asbed Kotchikian, cientista político armênio.
"O mesmo vale para a Ásia Central, que é composta por seis ex-repúblicas soviéticas muçulmanas e vizinhas do Afeganistão. Além disso, essa região é rica em recursos naturais, atraindo o interesse do Ocidente, além do da Rússia", acrescentou.
Com isso, a Rússia e o Ocidente, sobretudo os EUA, buscam impor sua influência na região desde a década de 90. O fato de Moscou considerar que as duas regiões pertencem a seu "exterior próximo" (sua mais importante zona de influência) só faz agravar esse quadro de tensão geopolítica.
Embora tenha permitido certa aproximação entre a Rússia e os EUA, transformando os rebeldes tchetchenos em "terroristas internacionais", como os integrantes da rede Al Qaeda, o 11 de Setembro também permitiu que os EUA intensificassem sua presença no Cáucaso e na Ásia Central.
Esse fenômeno só se produziu de modo relativamente tranquilo porque Moscou permitiu sua ocorrência. A médio e longo prazos, todavia, a presença americana nessas regiões será vista como uma verdadeira ameaça aos interesses geopolíticos russos.
O problema é que, na década passada, Moscou adotou sua doutrina do "exterior próximo", que consiste em criar um cinturão de segurança que lhe permita consolidar sua influência sobre as ex-repúblicas soviéticas.
Para tanto, foi assinado o pacto de segurança de Tachkent (capital do Uzbequistão), que engloba a própria Rússia, o Cazaquistão, o Tadjiquistão, o Turcomenistão, a Armênia e Belarus. O Azerbaijão, a Geórgia e o Uzbequistão abandonaram o acordo em 1999.
Outro fator de instabilidade no Cáucaso é o separatismo tchetcheno. Afinal, na república meridional russa, rebeldes muçulmanos buscam, há uma década, criar um Estado independente, batendo de frente com a determinação russa de manter a todo custo sua integridade territorial. (MSM)


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