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TIBETE
Karmapa Lama, 14, cruzou o Himalaia, percorrendo 1.500 km a mais de 5.000 m
Líder tibetano foge para a Índia
das agências internacionais
Uma das principais lideranças
espirituais do budismo, o Karmapa Lama, de apenas 14 anos, fugiu
do Tibete -sob controle da China- e alcançou a Índia. Ao chegar à cidade indiana de Dharamsala, ele se encontrou com o Dalai
Lama, Nobel da Paz de 1989, exilado do Tibete há 41 anos.
Em uma semana, Karmapa viajou quase 1.500 km (aproximadamente três vezes a distância entre
São Paulo e Rio de Janeiro), em altitudes de mais de 5.000 m.
A fuga através do Himalaia, a
mais alta cordilheira do mundo,
não foi apenas um feito pessoal do
jovem lama (líder espiritual tibetano), mas uma estocada na legitimidade da ocupação do Tibete
pelos chineses, que vem de 1950.
A permanência do Karmapa
Lama num monastério perto de
Lhasa, capital tibetana, era valiosa
para a legitimação de Pequim
diante dos 6 milhões de tibetanos.
Urgyen Trinley Dorje, seu nome
real, é considerado a 17ª encarnação de Karmapa -o 16º Karmapa Lama morreu há 18 anos.
Ele é reconhecido tanto pelos
chineses quanto pelo Dalai Lama,
o maior líder tibetano, e é a terceira principal liderança espiritual
do Tibete. Outra figura de liderança na região, o Panchen Lama,
é reconhecido pelos chineses, mas
não por boa parte dos outros lamas, inclusive pelo Dalai.
O Tibete era um reino teocrático com profundas ligações históricas com os chineses. O governo
comunista que assumiu a China
após a guerra civil, em 1949, considerava a região como uma Província. Tropas chinesas anexaram
a região em 1950, promovendo
violenta repressão.
O próprio Dalai Lama fez uma
rota de fuga parecida, indo de
Lhasa para a Índia em 1959. Ele
ganhou o Nobel da Paz por sua luta pela independência do Tibete.
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