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PAZ NO ORIENTE MÉDIO
Presidente Clinton entrega documento a israelenses e sírios que pode ser base para acerto final
Proposta dos EUA tenta adiantar acordo
das agências internacionais
O presidente dos EUA, Bill Clinton, entregou ontem ao premiê israelense, Ehud Barak, e ao chanceler sírio, Faruq al Shara, um documento de trabalho para ajudá-los a discutir a extensão de uma
eventual retirada israelense das
colinas do Golã.
"O presidente achou que a reunião foi boa, muito construtiva",
disse o porta-voz da Casa Branca,
Joe Lockhart. As negociações de
paz, que ocorrem em Shepherdstown (100 km a noroeste de Washington), vinham enfrentando
um impasse.
Anteontem, a delegação síria
havia ameaçado deixar os EUA e
voltar para Damasco.
"Tento fazer com que eles (israelenses e sírios) tenham em
mente o objetivo final, o que queremos aqui, o que será o Oriente
Médio daqui a 5 ou 10 anos", disse
Clinton, que declarou considerar
seu papel de mediador "muito
duro".
O documento tem "um resumo
dos assuntos a serem decididos e
das diferenças entre as partes", segundo o governo dos EUA.
Demarcação de fronteiras, normalização das relações, segurança
e recursos hídricos integram a
agenda de negociações.
A Síria quer que Israel devolva
as colinas do Golã, ocupadas em
1967. O governo israelense reivindica garantias de segurança para
as suas fronteiras.
"Química melhorou"
Questionado sobre as reuniões
de ontem, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, James Rubin, disse que "a
química melhorou".
"O que tentamos fazer é identificar áreas de concordância e incluir formas de centralizar a discussão em áreas de discordância."
Segundo Rubin, o documento
poderia se tornar a base para um
acordo final entre a Síria e Israel.
O governo dos EUA divulgou
poucos detalhes, no entanto, sobre o conteúdo desse documento.
Al Shara disse que a Síria está
determinada "a fazer todos os esforços possíveis para que essas
negociações tenham bons resultados e para chegar a uma paz justa
e global na região".
"Nós apreciamos os esforços do
presidente Clinton para reduzir a
brecha" entre Israel e Síria, afirmou a delegação israelense.
As reuniões foram suspensas
ontem à tarde por causa do shabat
(dia sagrado judaico). Hoje, sírios
e israelenses não se encontram
devido ao Eid al Fitr, festa muçulmana que marca o fim do Ramadã, mês sagrado islâmico.
Clinton declarou ontem que esperava que o Eid al Fitr trouxesse
"uma nova era de paz entre as nações -no Oriente Médio e no
mundo todo-, para que as pessoas possam sair da sombra da
violência e melhorar a vida de
seus filhos".
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