São Paulo, Sábado, 08 de Janeiro de 2000


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PAZ NO ORIENTE MÉDIO
Presidente Clinton entrega documento a israelenses e sírios que pode ser base para acerto final
Proposta dos EUA tenta adiantar acordo

das agências internacionais

O presidente dos EUA, Bill Clinton, entregou ontem ao premiê israelense, Ehud Barak, e ao chanceler sírio, Faruq al Shara, um documento de trabalho para ajudá-los a discutir a extensão de uma eventual retirada israelense das colinas do Golã.
"O presidente achou que a reunião foi boa, muito construtiva", disse o porta-voz da Casa Branca, Joe Lockhart. As negociações de paz, que ocorrem em Shepherdstown (100 km a noroeste de Washington), vinham enfrentando um impasse.
Anteontem, a delegação síria havia ameaçado deixar os EUA e voltar para Damasco.
"Tento fazer com que eles (israelenses e sírios) tenham em mente o objetivo final, o que queremos aqui, o que será o Oriente Médio daqui a 5 ou 10 anos", disse Clinton, que declarou considerar seu papel de mediador "muito duro".
O documento tem "um resumo dos assuntos a serem decididos e das diferenças entre as partes", segundo o governo dos EUA.
Demarcação de fronteiras, normalização das relações, segurança e recursos hídricos integram a agenda de negociações.
A Síria quer que Israel devolva as colinas do Golã, ocupadas em 1967. O governo israelense reivindica garantias de segurança para as suas fronteiras.

"Química melhorou"
Questionado sobre as reuniões de ontem, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, James Rubin, disse que "a química melhorou".
"O que tentamos fazer é identificar áreas de concordância e incluir formas de centralizar a discussão em áreas de discordância."
Segundo Rubin, o documento poderia se tornar a base para um acordo final entre a Síria e Israel. O governo dos EUA divulgou poucos detalhes, no entanto, sobre o conteúdo desse documento.
Al Shara disse que a Síria está determinada "a fazer todos os esforços possíveis para que essas negociações tenham bons resultados e para chegar a uma paz justa e global na região".
"Nós apreciamos os esforços do presidente Clinton para reduzir a brecha" entre Israel e Síria, afirmou a delegação israelense.
As reuniões foram suspensas ontem à tarde por causa do shabat (dia sagrado judaico). Hoje, sírios e israelenses não se encontram devido ao Eid al Fitr, festa muçulmana que marca o fim do Ramadã, mês sagrado islâmico.
Clinton declarou ontem que esperava que o Eid al Fitr trouxesse "uma nova era de paz entre as nações -no Oriente Médio e no mundo todo-, para que as pessoas possam sair da sombra da violência e melhorar a vida de seus filhos".


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