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ÁFRICA
Soldado dava US$ 2 ou dois ovos em troca de sexo com menina de 14 anos; para organismo, comportamento é "imperdoável"
ONU relata abusos de seus soldados no Congo
DA REDAÇÃO
Soldados da força de paz da
ONU na República Democrática
do Congo (ex-Zaire) exploraram
e abusaram sexualmente de mulheres e meninas, algumas com
até 13 anos de idade, segundo relatório divulgado ontem pelo Escritório de Serviços de Vigilância
Interna do organismo.
O contato sexual entre os soldados e mulheres e meninas congolesas acontecia com regularidade,
normalmente em troca de comida
e pequena somas em dinheiro,
afirma o relatório.
"Tivemos e continuamos a ter
um problema sério de exploração
e abuso sexual", disse William
Lacy Swing, representante especial da ONU para o Congo.
"Estamos chocados, estamos ultrajados, estamos enojados com
isso", acrescentou. "Soldados da
força de paz que juraram assistir
àqueles em necessidade, particularmente àqueles que foram vítimas de violência sexual, causaram, ao contrário, danos graves. É
um comportamento imperdoável, e estamos determinados a reprimi-lo."
"Dezenas de entrevistas com as
meninas e com homens congoleses que facilitavam os encontros
revelaram um padrão de exploração sexual pelos soldados."
Num dos casos relatados, uma
menina de 14 anos recebia cerca
de US$ 2 ou dois ovos, cada vez
que fazia sexo com um soldado,
enquanto outra menina da mesma idade recebia pacotes de leite.
O relatório aponta ainda que os
abusos continuaram mesmo enquanto a investigação esteve em
curso, entre maio e setembro de
2004.
"Está claro que a investigação
não serviu para impedir alguns
dos soldados, talvez porque eles
não tenham sido esclarecidos sobre as severas penas por adotar tal
conduta nem tenham visto evidência de um impacto negativo
sobre soldados por tal comportamento", diz o documento.
Os investigadores afirmaram
também que comandantes militares de alguns contingentes tentaram impedir seu trabalho, sonegando informações e assistência
ou interferindo na investigação.
A equipe investigou 72 acusações contra funcionários da ONU,
tanto civis como militares, resultando em 20 relatos. Destes, 19 envolviam soldados.
"Em seis casos, as alegações
contra os soldados estavam substanciadas, e meninas menores de
idade estavam envolvidas em todos eles", afirma o documento.
Nenhum dos soldados admitiu
culpa nas acusações.
Com agências internacionais
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