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Bush faz viagem a mundo árabe descrente
Presidente também passará por Israel e pressionará pelos primeiros pontos de acordo com os palestinos
DA REDAÇÃO
O presidente George W.
Bush embarca hoje em viagem
a sete capitais do Oriente Médio, em meio à descrença sobre
a possibilidade de resultados
diplomáticos concretos.
O ceticismo não é provocado
apenas pela fraqueza da atual
administração -Guerra do Iraque, agressividade do Irã, último ano de mandato-, mas
também pela fragilidade política de alguns interlocutores, como o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional
Palestina, Mahmoud Abbas,
que em junho perdeu a faixa de
Gaza para o Hamas.
Quanto ao conflito entre palestinos e Israel, Abbas disse
ontem, em Belém, que pedirá
que Bush pressione Israel a retirar os assentamentos judaicos da Cisjordânia para viabilizar o território de um futuro
Estado palestino.
Olmert disse que os "assentamentos ilegais" seriam desmontados de modo "expedito".
Mas ele e Abbas não falam da
mesma coisa. Enquanto o premiê israelense se refere a assentamentos não autorizados,
os palestinos acreditam que toda ocupação da Cisjordânia, segundo resoluções antigas da
ONU, é ilegal.
O grupo Paz Agora, que se
opõe à ocupação de terras palestinas, diz haver 50 assentamentos irregulares, no sentido
que Olmert dá à palavra. Bush
qualifica esse processo de colonização de "obstáculo" para a
paz.
A ministra israelense do Exterior, Tzipi Livni, disse ontem
que Israel continuará com operações militares para garantir
sua segurança, mesmo durante
as negociações. Ainda nesta segunda-feira soldados israelenses mataram dois terroristas do
Jihad Islâmico na fronteira
com Gaza -uma delas era uma
mulher-bomba que se explodiu
ao tentar atravessar para o lado
israelense- e um terceiro palestino em Jenin, Cisjordânia.
O "Washington Post" diz que
Bush terá dificuldades em selar
uma aliança contra o Irã, em razão do relatório dos serviços de
inteligência americanos de que
aquele país cessou em 2003 seu
programa nuclear paralelo para
a obtenção da bomba atômica.
Israel discorda, e seu ministro
da Defesa, Ehud Barak, diz que
interpelará Bush.
Desconfiança sunita
Segundo o "Post", os países
árabes da região, quase todos
sunitas, acreditam que Bush,
enfraqueceu o Iraque ao invadi-lo para derrubar Saddam
Hussein e permitiu que o Irã,
xiita, aumentasse sua influência regional. Os xiitas hoje controlam a política iraquiana.
A Arábia Saudita, que hospedou em Meca o presidente
Mahmoud Ahmadinejad, e o
Egito, que recebeu dos iranianos a oferta de tecnologia nuclear, estão em processo de reaproximação com Teerã.
Em entrevista ao jornal israelense "Yediot Ahronot",
Bush disse que um dos objetivos de sua viagem era o de demonstrar que o Irã é e continua
a ser uma ameaça.
Em Washington, o porta-voz
da Casa Branca, Tony Fratto,
disse que Bush não modificará
seus planos em razão de um vídeo postado na internet no domingo, em que a Al Qaeda exortava os radicais islâmicos a receberem com bombas o presidente americano.
Com agências internacionais
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