|
Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Cessar-fogo será declarado em cúpula histórica, dizem autoridades dos dois lados; Hamas não confirma
Sharon e Abbas devem anunciar trégua hoje
DA REDAÇÃO
Israel e os palestinos anunciarão um cessar-fogo formal na cúpula de hoje no Egito para tentar
interromper os mais de quatro
anos de violência na região, segundo disseram autoridades dos
dois lados.
O encontro histórico do premiê
de Israel, Ariel Sharon, com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, no balneário de Sharm el-Sheik, às margens do mar Vermelho, será o primeiro envolvendo
as duas mais importantes autoridades dos dois lados desde 2000,
quando fracassou a cúpula de
Camp David, nos EUA.
Abbas e Sharon se encontraram
em meados de 2003 para lançar o
"Mapa do Caminho" (plano de
paz apoiado pelos EUA). Porém,
na época, Iasser Arafat, morto em
novembro, era quem realmente
mandava no lado palestino.
Além de anunciar a trégua hoje,
o encontro, que contará com a
presença do presidente do Egito,
Hosni Mubarak, e do rei Abdullah, da Jordânia, pode servir de
plataforma de relançamento do
"Mapa do Caminho", cujo objetivo final é a criação de um Estado
palestino em paz com Israel.
Em um sinal de que os EUA estão comprometidos com a retomada das negociações de paz, a
secretária de Estado americana,
Condoleezza Rice, indicou o general William Ward para coordenar a área de segurança para o
Oriente Médio. Entre as funções
do militar está a de treinar as forças de segurança palestinas.
Rice, que anteontem visitou a
Cisjordânia e Israel, disse ainda
que Sharon e Abbas irão neste semestre para os EUA, onde deverão se reunir com o presidente
George W. Bush na Casa Branca.
As visitas serão separadas.
Bush nunca concordou em se
reunir com Arafat em seu primeiro mandato.
Em um importante impulso para o encontro de hoje, Mohammad Dahlam, um dos principais
aliados de Abbas e responsável
por questões de segurança, disse:
"Nós chegamos a um acordo para
decretar um cessar-fogo. Essa trégua significa que serão suspensas
todas as ações israelenses e palestinas que não estejam de acordo
com o "Mapa do Caminho'".
Uma autoridade israelense confirmou a informação. "Os palestinos devem anunciar o fim do terrorismo e da violência. Nós anunciaremos a suspensão das operações militares desde que não haja
mais ataques terroristas", disse.
Já foram anunciadas tréguas anteriores, e todas fracassaram após
algum período. A única diferença
de agora para os períodos passados é que Abbas estaria, segundo
analistas, realmente disposto a
acabar com o terror.
Não está claro, porém, se os grupos terroristas palestinos estão
realmente dispostos a interromper os ataques contra Israel.
Em Gaza, Mahmoud al Zahar,
um dos principais líderes do Hamas, disse esperar que Abbas não
dê nenhuma declaração sem consultar antes as facções palestinas.
Já houve muitas idas e vindas no
possível cessar-fogo do Hamas.
Líderes do grupo já disseram que
aceitavam um cessar-fogo condicional, mas outros negaram.
No Brasil, o rabino Henry Sobel,
presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, deu
declaração sobre o encontro: "O
fator essencial para uma mudança é que os líderes palestinos atentem para as reais necessidades do
seu povo em vez de recorrer ao
ódio contra Israel como subterfúgio para se esquivar de sua responsabilidade governamental".
Com agências internacionais
Próximo Texto: Análise: A hora da democracia no Oriente Médio Índice
|