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Obama levanta US$ 8 mi em dois dias; Hillary corre atrás do prejuízo
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Hillary Clinton leva vantagem no quadro de delegados na
corrida presidencial democrata, mas o rival Barack Obama
tem feito barulho com outra liderança: na arrecadação.
Se em janeiro o candidato já
havia conquistado US$ 32 milhões contra US$ 13,5 milhões
da rival, nas 48 horas após o fim
da votação na Superterça ele já
tinha mais quase US$ 8 milhões. E divulgava números
atualizados de tempos em tempos, colaborando para que a
corrida do ouro virasse notícia.
Já a ex-primeira-dama informou que, nas primeiras 24 horas após a Superterça, tinha levantado US$ 3 milhões. O dinheiro pode ajudar a pagar o
empréstimo de US$ 5 milhões
que ela fez para abastecer o cofre da própria campanha.
"Ter uma mensagem forte é
mais importante que ter dinheiro na campanha, mas Hillary precisa correr e arrecadar
mais por uma questão de imagem, para mostrar que segue liderando, sobretudo porque ela
terá um fevereiro duro, com
poucas chances de vitória [nas
nove prévias do mês]", diz Pippa Norris, analista de eleições
da Universidade Harvard.
Com a eleição marcada para
4 de novembro, a disputa nem
começou de fato. Até o fim do
ano, Hillary liderava a corrida
financeira por US$ 118,3 a US$
103,8 milhões, segundo a Comissão Eleitoral Federal. São
números expressivos para o período anterior às prévias. Em
2000, Al Gore, candidato democrata, conseguiu US$ 132,8
milhões ao longo da campanha.
Já John Kerry, em 2004, levantou US$ 300,9 milhões.
"Nunca tinha visto nada assim. Nós quebramos recordes
de arrecadação no ano passado
e agora estão nos pedindo para
fazer tudo de novo", reclamou
um arrecadador da candidata
ao jornal "Financial Times".
Os tempos de recessão na
candidatura de Hillary já se fazem sentir nos bastidores. Funcionários de alto escalão da
campanha abriram mão do salário deste mês para ajudá-la a
economizar. Ela também propôs a Obama agendar debates
semanais na TV -com os quais
ganha exposição na mídia sem
pagar por isso- até 4 de março,
quando votam Texas e Ohio,
dois Estados com grande número em jogo de delegados (representantes na convenção
partidária). Obama rejeitou o
convite e disse que prefere "ouvir os eleitores" nas ruas.
Com mais doadores que dão
quantias menores, Obama consegue manter o fluxo de caixa,
pedindo que contribuam novamente. Já grande parte dos
doadores de Hillary ofereceu o
valor máximo permitido pela
lei americana, US$ 4.600.
Só pessoas físicas podem
doar, mas empresas costumam
colaborar indiretamente, por
meio de comitês de apoio. Os
EUA não têm verba pública para financiar campanhas.
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