São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

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Obama levanta US$ 8 mi em dois dias; Hillary corre atrás do prejuízo

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Hillary Clinton leva vantagem no quadro de delegados na corrida presidencial democrata, mas o rival Barack Obama tem feito barulho com outra liderança: na arrecadação.
Se em janeiro o candidato já havia conquistado US$ 32 milhões contra US$ 13,5 milhões da rival, nas 48 horas após o fim da votação na Superterça ele já tinha mais quase US$ 8 milhões. E divulgava números atualizados de tempos em tempos, colaborando para que a corrida do ouro virasse notícia.
Já a ex-primeira-dama informou que, nas primeiras 24 horas após a Superterça, tinha levantado US$ 3 milhões. O dinheiro pode ajudar a pagar o empréstimo de US$ 5 milhões que ela fez para abastecer o cofre da própria campanha.
"Ter uma mensagem forte é mais importante que ter dinheiro na campanha, mas Hillary precisa correr e arrecadar mais por uma questão de imagem, para mostrar que segue liderando, sobretudo porque ela terá um fevereiro duro, com poucas chances de vitória [nas nove prévias do mês]", diz Pippa Norris, analista de eleições da Universidade Harvard.
Com a eleição marcada para 4 de novembro, a disputa nem começou de fato. Até o fim do ano, Hillary liderava a corrida financeira por US$ 118,3 a US$ 103,8 milhões, segundo a Comissão Eleitoral Federal. São números expressivos para o período anterior às prévias. Em 2000, Al Gore, candidato democrata, conseguiu US$ 132,8 milhões ao longo da campanha. Já John Kerry, em 2004, levantou US$ 300,9 milhões.
"Nunca tinha visto nada assim. Nós quebramos recordes de arrecadação no ano passado e agora estão nos pedindo para fazer tudo de novo", reclamou um arrecadador da candidata ao jornal "Financial Times".
Os tempos de recessão na candidatura de Hillary já se fazem sentir nos bastidores. Funcionários de alto escalão da campanha abriram mão do salário deste mês para ajudá-la a economizar. Ela também propôs a Obama agendar debates semanais na TV -com os quais ganha exposição na mídia sem pagar por isso- até 4 de março, quando votam Texas e Ohio, dois Estados com grande número em jogo de delegados (representantes na convenção partidária). Obama rejeitou o convite e disse que prefere "ouvir os eleitores" nas ruas.
Com mais doadores que dão quantias menores, Obama consegue manter o fluxo de caixa, pedindo que contribuam novamente. Já grande parte dos doadores de Hillary ofereceu o valor máximo permitido pela lei americana, US$ 4.600.
Só pessoas físicas podem doar, mas empresas costumam colaborar indiretamente, por meio de comitês de apoio. Os EUA não têm verba pública para financiar campanhas.


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