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Novo rei jordaniano diz ser um "prolongamento' da visão do pai
CHRISTOPHE BOLTANSKI
do "Libération", em Amã
Abdullah afirma seguir um único
modelo: seu pai. "Sou o prolongamento da visão e das convicções de
sua majestade", declarou ao jornal
árabe "Al Haiat" quando ainda era
apenas príncipe herdeiro. Mas reafirmou esse compromisso ontem,
após subir ao trono: "Vamos conservar sua herança".
Quando seus professores na Universidade Georgetown lhe perguntavam sobre os maiores estadistas
do século, Abdullah respondia,
sem hesitar: "Meu rei". Agora o
admirador vai transmudar-se em
imitador. "Com relação ao processo de paz ou ao Iraque, não haverá
mudanças notáveis. Abdullah vai
seguir o caminho traçado por Hussein", previu o célebre cronista jordaniano Fahed el Fanek.
Pai e filho se assemelham fisicamente e, mais ainda, em termos de
caráter. Um frequentador do palácio explica: "Eles têm em comum o
mesmo modo simples e cativante
de tratar as pessoas".
Ambos formados na academia
militar de Sandhurst, Hussein se
sentia e Abdullah se sente tão à
vontade entre soldados quanto na
corte. Abdullah possui uma franqueza tipicamente militar. "Se ele
antipatizar com você, fará você
senti-lo de imediato", confiou um
de seus interlocutores, na época
em que Abdullah dirigia as "forças
especiais", uma das unidades de
elite do Exército. "Ele gosta de percorrer as cantinas militares e não
se esquece de cumprimentar oficiais de alto escalão e sargentos
simples com a mesma simpatia."
Desde que o poder passou para
suas mãos, Abdullah está tentando
tranquilizar seus súditos. O rei está
morto, viva o rei! A continuidade
dinástica se fará acompanhar por
uma continuidade política.
Ninguém prevê uma troca significativa de integrantes dos altos escalões do governo.
Tradução de
Clara Allain
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