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EUA bombardeiam edifício onde estaria Saddam
DA REDAÇÃO
Um bombardeiro americano
atacou um complexo residencial
em Bagdá ontem após agentes de
inteligência americanos terem recebido informações de que Saddam Hussein, seus filhos e outros
líderes iraquianos estariam no local, afirmaram militares dos EUA
citados pela agência de notícias
Associated Press (AP) e pelas TVs
americanas CNN e NBC.
Até o fechamento desta edição,
não foram fornecidas informações sobre mortos no ataque, mas
as autoridades dos EUA disseram
que o alvo foi destruído. "Há um
grande buraco onde o alvo ficava", disse um oficial americano,
que não quis se identificar, à AP.
Um alto funcionário do Departamento da Defesa dos EUA, que
também não quis se identificar,
afirmou que um único bombardeiro B-1B realizou o ataque, jogando "menos de cinco bombas
de 907 kg" no alvo residencial.
De acordo com o major Brad
Bartelt, porta-voz do Comando
Central dos EUA no Qatar, o ataque ocorreu às 16h de ontem (9h
em Brasília) no bairro de classe alta de Al Mansour, em Bagdá.
"Estamos confirmando que um
alvo de liderança foi, de fato, atingido muito fortemente", disse
Bartelt. Ele não falou sobre os resultados do ataque.
Três casas geminadas no bairro
de Al Mansour foram destruídas
ontem em um ataque que, segundo vizinhos, teria sido realizado
com um míssil da coalizão anglo-americana. Tudo o que sobrou
das casas foi um monte de concreto, ferro retorcido, móveis quebrados e roupas.
O ataque deixou uma cratera de
alguns metros de profundidade, e
a força da explosão quebrou janelas e portas a até 300 m de distância do local. Três laranjeiras que
cresciam na calçada diante das casas foram arrancadas pelo impacto.
Segundo autoridades americanas citadas pela AP, agentes de inteligência americanos receberam
a informação ontem de manhã de
que uma reunião de cúpula entre
funcionários do serviço secreto
iraquiano e, possivelmente, Saddam e seus dois filhos, Qusay e
Uday, estava ocorrendo.
As informações foram passadas
então ao Comando Central dos
EUA, que enviou um avião militar
para jogar no alvo bombas capazes de penetrar em bunkers.
As forças da coalizão anglo-americana têm atacado líderes
iraquianos desde o início da guerra. Soldados americanos e britânicos invadiram pelo menos quatro
dos muitos palácios de Saddam
nos últimos dias, incluindo dois
ontem na capital iraquiana, em busca de informações, incluindo pistas sobre
onde o ditador e membros do seu
círculo mais próximo estariam.
Em 19 de março, o presidente
dos EUA, George W. Bush, autorizou um ataque a um edifício na
periferia de Bagdá no qual informações de inteligência indicavam
que Saddam e seus filhos estavam.
O ataque daquele dia foi, como o
de ontem, baseado em informações "sensíveis ao tempo".
Por semanas após o primeiro
ataque, autoridades dos EUA examinaram informações de inteligência que pudessem sugerir que
Saddam tivesse ficado ferido ou
estivesse morto, mas, segundo
fontes no governo dos EUA, agentes do serviço secreto determinaram que ele sobreviveu.
Horas mais cedo, autoridades
americanas haviam dito que Qusay, filho de Saddam, estaria vivo
e continuaria comandando as forças iraquianas. Os relatos dos
americanos eram baseados em
comunicações interceptadas entre autoridades do alto escalão
iraquiano afirmando que o caçula
do ditador, apontado como seu
sucessor, ainda dava ordens.
Qusay estaria recebendo informações de que a situação iraquiana no campo de batalha estava
melhor do que a realidade.
Isso explicaria, disseram as autoridades, que não quiseram se
identificar, "o estado de fantasia"
vivido pelas lideranças iraquianas, que insistem em dizer que o
país está vencendo a guerra.
Os comandantes, por meio de
telefones por satélite, afirmariam
a Qusay que o número de baixas
americanas é elevado e que os anglo-americanos estariam sendo
derrotados em várias cidades. O
motivo das mentiras seria o temor
de serem punidos por Saddam e
seu filho por uma derrota.
Até mesmo o aeroporto de Bagdá, onde já aterrissaram aviões
americanos, estaria sob controle
do Iraque, segundo declarações
repassadas a Qusay.
Com agências internacionais
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