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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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Incursão usa "coluna infernal" de tanques

RÉMY OURDAN
DO "LE MONDE", EM BAGDÁ

A 300 metros de distância, era impossível distinguir os combates. O palácio foi muito rapidamente coberto pela fumaça das explosões e dos incêndios. Mas a quantidade de tiros de tanque, canhão e metralhadora indicava um assalto determinado. A resistência dos iraquianos não durou mais de uma hora.
A cidade, sacudida pelas explosões, se fechou em si mesma. Os combatentes iraquianos têm rostos inquietos. Os moradores se trancam em suas casas. Os aviões americanos sobrevoam a capital a cada dez minutos. Os bagdalis sentem que, desta vez, a batalha incendiou sua cidade.
Vindos da rota de Mamoudiyah, ao sul, os soldados americanos atravessaram Al Dorah e Yarmouk para voltar ao Aeroporto Internacional Saddam e também para testar as defesas iraquianas. Yves Debay, da revista "Raid", descreveu a incursão, que ele chama de "coluna infernal":
"Os americanos fazem colunas de 40 a 50 blindados. Eles atiram em tudo que se move, em tudo que é suspeito. É "fogo à vontade". Eles adoram atirar com o canhão de 25 mm nos retratos de Saddam. Não têm disciplina de fogo. A iniciativa é deixada aos soldados, moleques de 20 anos. É por isso que eles atiram em civis. Um Exército europeu não faria isso."
Debay diz que viu entre Mahmudiyah e Bagdá pelo menos cinco veículos civis e uma moto destruídos, com seus ocupantes mortos. "Eles ainda estão se vingando do 11 de setembro, e não há nenhuma sanção quando um soltado mata civis."


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