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Annan diz que ONU
legitimaria transição
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, afirmou que a participação da entidade no trabalho de
pós-guerra no Iraque legitimaria
a reconstrução do país. "Há muitas áreas nas quais a ONU pode
atuar, mas, acima de tudo, o envolvimento da ONU traz legitimidade, que é necessária para o país,
para a região e para as pessoas ao
redor do mundo", disse.
Annan evitou entrar em detalhes sobre qual exatamente será o
papel da entidade no Iraque, a
grande discussão neste momento
-pouco disse além de esperar
que a função seja "importante".
"A ONU tem uma boa experiência no sentido de facilitar a emergência de uma nova administração. Fizemos alguns trabalhos de
reconstrução", afirmou.
Ele indicou, porém, que considera a situação iraquiana diferente das do Timor Leste e de Kosovo, onde a entidade se envolveu
no comando do pós-guerra. "É
preciso ter cuidado. Cada crise
tem suas próprias peculiaridades.
O Iraque não é o Timor Leste e
não é Kosovo. Há pessoas treinadas, há um efetivo civil razoável,
há engenheiros e outros que podem ajudar seu próprio país."
Annan se reuniu ontem com os
15 membros do Conselho de Segurança. Na semana passada, falou com representantes de todos
os 191 membros da ONU sobre o
assunto. Amanhã, viaja para a Europa. Vai a Londres, Paris, Berlim
e Moscou para tentar costurar um
acordo -França, Alemanha e
Rússia, além da China, são os países que mais se opõem a um comando americano no Iraque após
o conflito.
Quando questionado sobre o
americano Jay Garner, já nomeado pelo governo dos EUA para
encabeçar a administração do Iraque, Annan foi genérico: "Bem,
pelo que sei, eles vêem isso como
parte do esforço de guerra, para
tentar pacificar a situação e deixar
um ambiente seguro antes de passar para o próximo estágio".
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