São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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Aliados manifestam preocupação com o rumo da crise no Iraque

DA REDAÇÃO

A mais recente onda de violência no Iraque tem aumentado a pressão interna sobre os países da coalizão para que retirem suas tropas do Iraque. A maioria dos governos, apesar de ainda rejeitarem uma retirada, tem manifestado preocupação com o atual cenário no solo iraquiano.
Esses países -cerca de três dezenas- possuem, somados, 26,5 mil soldados ou equipes de apoio no Iraque. Pouco, se comparado aos 130 mil dos EUA. Mas a retirada deles seria um grave revés político para os americanos.
"A menos que seja garantido que haverá mais segurança, os países aliados poderão ficar relutantes em permanecer na rota atual, especialmente aqueles que enfrentam resistência doméstica", disse Jonathan Stevenson, do Instituto de Estudos Estratégicos.
A Bulgária pediu que os EUA enviem tropas para reforçar o seu batalhão de 450 homens em Kerbala. As forças ucranianas se retiraram de Kut após terem sido alvo de ofensiva de insurgentes iraquianos. O Cazaquistão disse que pode retirar seus militares em maio. A Coréia do Sul ordenou que seus 600 médicos e engenheiros militares suspendam as suas atividades fora de zonas militares.
A Espanha, que passará a ser governada pelos socialistas (contrários à guerra), já deu indicações de que pode retirar as suas forças do Iraque no final de junho caso a ONU não assuma um improvável papel principal na ocupação. O Japão também pediu ontem que a ONU interceda "o mais rapidamente possível" para que a violência seja contida no Iraque
A pressão de opositores e da imprensa italiana para que o premiê Silvio Berlusconi retire as suas forças do Iraque cresceu. O primeiro-ministro respondeu aos críticos afirmando que "é impensável acabar com a missão que nós começamos. Deixaríamos um país em meio a um caos".
O premiê britânico, Tony Blair, confirmou ontem que viajará na próxima semana para os EUA, onde se reunirá com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e com o presidente George W. Bush para discutir a situação no Iraque. A Polônia, quarta principal força da coalizão, com 2.400 homens, viu suas tropas serem atacadas nesta semana no levante xiita. O país pede que a Otan (aliança militar ocidental) assuma funções de comando no Iraque hoje nas mãos de Varsóvia.


Com agências internacionais


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