São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 2005

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Celebrações repetem despedida de João Paulo 1º

PAULO DANIEL FARAH
ESPECIAL PARA A FOLHA

A missa de honras fúnebres que se realizará hoje na basílica de São Pedro será marcada por um ritual minucioso em moldes semelhantes aos das exéquias de João Paulo 1º (em 1978).
Inicialmente, a procissão dos celebrantes deve acompanhar o caixão de madeira de cipreste do papa enquanto o coro da capela Sistina canta o "réquiem", a composição sobre o texto litúrgico da missa dos mortos cujo intróito começa com "requiem aeternam" (repouso eterno).
Um Evangelho será colocado sobre o caixão, que ficará diante do altar. Os celebrantes se posicionarão ao centro, os membros do coro (da capela Sistina e da capela Pontifícia) à esquerda, e as delegações oficiais à direita.
Daí virá o "Confiteor", o ritual de confissão dos pecados, e orações. Na liturgia da palavra, serão lidas passagens dos Atos dos Apóstolos (capítulo 10, versículos 34 a 43, em que Pedro diz que "Deus não faz acepção de pessoas" e "quem o teme e pratica, a justiça lhe é agradável") e da Epístola aos Filipenses (capítulo 30, versículos 20 e 21, e capítulo 4, versículo 1). No caso de João Paulo 1º, foi um trecho do Evangelho de São João em que Cristo pergunta a Pedro se ele o ama e se o seguirá até o fim.
O cardeal Joseph Ratzinger (que presidirá a liturgia, celebrada por cardeais e patriarcas das igrejas orientais ligadas ao Vaticano) proferirá a homilia.
Em seguida, na eucaristia, vários padres distribuirão a comunhão. A missa seguirá com as últimas recomendações e a recitação da litania dos santos (prece litúrgica estruturada com curtas invocações, recitadas pelo celebrante, que se alternam com resposta da congregação).
Antes do sepultamento, após o cântico "in paradisum", o caixão será colocado dentro de um segundo caixão, de chumbo, que, ao final, será depositado em um terceiro, de pinheiro.
O corpo do papa será transportado para a cripta sob a basílica, onde será sepultado na presença de cardeais, da família e de pessoas próximas do líder católico. A sepultura de João 23 (morto em 1963) ficou vazia em 2000, quando João Paulo 2º celebrou sua missa de beatificação e determinou a ida do caixão para a capela de são Jerônimo.
Na cripta, encontram-se capelas dedicadas a diversos santos e tumbas de reis, rainhas e papas. Um dos locais mais importantes é o túmulo de Pedro, situado sob o grande altar da basílica.


Paulo Daniel Farah é professor na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

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