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Celebrações repetem despedida de João Paulo 1º
PAULO DANIEL FARAH
ESPECIAL PARA A FOLHA
A missa de honras fúnebres
que se realizará hoje na basílica
de São Pedro será marcada por
um ritual minucioso em moldes
semelhantes aos das exéquias de
João Paulo 1º (em 1978).
Inicialmente, a procissão dos
celebrantes deve acompanhar o
caixão de madeira de cipreste
do papa enquanto o coro da capela Sistina canta o "réquiem", a
composição sobre o texto litúrgico da missa dos mortos cujo
intróito começa com "requiem
aeternam" (repouso eterno).
Um Evangelho será colocado
sobre o caixão, que ficará diante
do altar. Os celebrantes se posicionarão ao centro, os membros
do coro (da capela Sistina e da
capela Pontifícia) à esquerda, e
as delegações oficiais à direita.
Daí virá o "Confiteor", o ritual
de confissão dos pecados, e orações. Na liturgia da palavra, serão lidas passagens dos Atos dos
Apóstolos (capítulo 10, versículos 34 a 43, em que Pedro diz
que "Deus não faz acepção de
pessoas" e "quem o teme e pratica, a justiça lhe é agradável") e
da Epístola aos Filipenses (capítulo 30, versículos 20 e 21, e capítulo 4, versículo 1). No caso de
João Paulo 1º, foi um trecho do
Evangelho de São João em que
Cristo pergunta a Pedro se ele o
ama e se o seguirá até o fim.
O cardeal Joseph Ratzinger
(que presidirá a liturgia, celebrada por cardeais e patriarcas
das igrejas orientais ligadas ao
Vaticano) proferirá a homilia.
Em seguida, na eucaristia, vários padres distribuirão a comunhão. A missa seguirá com as
últimas recomendações e a recitação da litania dos santos (prece litúrgica estruturada com
curtas invocações, recitadas pelo celebrante, que se alternam
com resposta da congregação).
Antes do sepultamento, após
o cântico "in paradisum", o caixão será colocado dentro de um
segundo caixão, de chumbo,
que, ao final, será depositado
em um terceiro, de pinheiro.
O corpo do papa será transportado para a cripta sob a basílica, onde será sepultado na presença de cardeais, da família e
de pessoas próximas do líder católico. A sepultura de João 23
(morto em 1963) ficou vazia em
2000, quando João Paulo 2º celebrou sua missa de beatificação
e determinou a ida do caixão
para a capela de são Jerônimo.
Na cripta, encontram-se capelas dedicadas a diversos santos e
tumbas de reis, rainhas e papas.
Um dos locais mais importantes
é o túmulo de Pedro, situado
sob o grande altar da basílica.
Paulo Daniel Farah é professor na Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas da USP
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